Neste mês de junho, o Serviço de Apoio à Mulher Wilma Lessa (SAM/WL), sediado no Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no Recife, completa 16 anos de funcionamento. O espaço é voltado para o atendimento à mulher, a partir dos 12 anos, vítima de algum tipo de violência (física, moral, sexual). Aberto 24 horas por dia, sete dias por semana, o serviço conta com uma equipe multiprofissional para fazer o acolhimento e realizar todos os procedimentos de saúde necessários nas pacientes.

Para lembrar o aniversário e discutir a violência contra a mulher, o Wilma Lessa promove palestra aberta ao público nesta quinta-feira (22.06), a partir das 9h, no auditório do HAM. Entre os temas a serem abordados, o impacto da violência na saúde da mulher, aborto legal e seguro e os avanços dos serviços nos últimos anos. Entre as participantes dos debates, a secretária Estadual da Mulher, Silvia Cordeiro; a delegada titular da Delegacia da Mulher do Recife, Ana Elisa Sobreira; e a enfermeira e representante do Grupo Curumim, Paula Viana, além do gerente de ginecologia do HAM, Arlon Silveira. 

ATENDIMENTO – Neste ano, entre os meses de janeiro e maio, 156 mulheres procuraram o Wilma Lessa para o primeiro atendimento. Contando com os retornos para acompanhamento dos casos, totalizam-se 1.110 atendimentos. No mesmo período de 2016, foram 142 primeiros atendimentos e 566 consultas ao total. "Estamos conseguindo qualificar nossos atendimentos e isso tem refletido no acompanhamento às mulheres, que têm voltado mais para dar continuidade ao tratamento com nossa equipe multiprofissional. No caso da violência sexual, por exemplo, a paciente pode ser acompanhada por cerca de 8 meses, tempo necessário para que se cumpra todo o protocolo de exames", destaca a coordenadora do Serviço de Apoio à Mulher Wilma Lessa, Mayara Mendes.

Ao chegar ao Wilma Lessa, a mulher é recebida por uma assistente social, responsável pelo acolhimento. Depois, ela é encaminhada ao médico e enfermeira e ainda à psicóloga de plantão. Na consulta, verificam-se os protocolos necessários para cada tipo de caso. Quando o atendimento é relacionado à agressão sexual, por exemplo, o protocolo inclui o uso de contraceptivo de emergência, do coquetel para IST/ HIV, exames subsequentes e, se necessário, o aborto previsto em lei. Todas as medidas são rigorosamente analisadas pelos médicos e equipe de plantão.

“As consultas levam em consideração cada tipo de caso e as especificidades de cada mulher. Mas é importante frisar que todas terão suas vontades respeitadas e que há o sigilo do atendimento. Também não é necessário que a vítima formalize a denúncia em uma delegacia para que seja atendida no espaço”, reforça Mayara Mendes. A coordenadora também ressalta que a equipe orienta a vítima caso ela queira reportar o caso para as autoridades responsáveis. 

PERFIL - Nos primeiros cinco meses de 2017, o Wilma Lessa realizou 156 primeiras consultas. A maioria dos casos envolvia violência sexual (111), seguido de sexual com física (26), física (16), 1 psicológica e 2 situações ignoradas.

Em relação à idade, 45 tinham entre 12 e 18 anos, 110 entre 19 e 59 e 1 mulher idosa. Desse total, 64 pacientes foram encaminhados ao Serviço por uma delegacia, 53 de outros serviços de saúde, 35 por demanda espontânea e 4 da rede de proteção, como conselhos tutelares.

ABORTO PREVISTO EM LEI – Quando o atendimento é relacionado à agressão sexual, o protocolo de atendimento inclui o uso de contraceptivo de emergência, do coquetel para IST/ HIV, e os exames subsequentes. Além disso, seguindo o protocolo de atendimento às mulheres vítimas de violência, estabelecido pelo Ministério da Saúde, e também ao que determina o Código Penal brasileiro, dá-se à mulher vítima de violência o direito em decidir pela continuidade ou não da gestação em decorrência do estupro. O SAM/WL também é referência na realização das interrupções gestacionais nos casos em que a lei prevê, garantindo a assistência segura e humanizada às mulheres. Em 2017, foram 9 casos de abortos previstos em lei. No mesmo período de 2016 foram 7.

OUTROS SERVIÇOS – Além do Wilma Lessa, que pode atender mulheres de todo o Estado, há outras unidades de saúde municipais e estaduais para atender as mulheres vítimas de violência. Veja a lista abaixo:

I GERES: Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) - Recife; Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) - Recife; Hospital da Mulher do Recife - Recife; Hospital e Maternidade Petronila Campos - São Lourenço da Mata; Maternidade Arnaldo Marques  - Recife; Policlínica Agamenon Magalhães  - Recife; Maternidade Bandeira Filho - Recife; Unidade Mista Prof Barros Lima  - Recife.

IV GERES: Hospital Jesus Nazareno - Caruaru.

VII GERES: Hospital Regional Inácio de Sá - Salgueiro.

VIII GERES: Hospital Dom Malan - Petrolina.

XI GERES: Hospital Professor Agamenon Magalhães - Serra Talhada.