Nesta quinta-feira (21.03) é celebrado o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, reforçando a luta contra o preconceito em todo o mundo. No campo da saúde, é fundamental que seja prestado um atendimento que promova a igualdade para a população negra, assim como assinala o princípio da equidade do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Para isso, a partir desta terça-feira (19.03), a Secretaria Estadual de Saúde (SES), por meio da Coordenação de Atenção à Saúde da População Negra e às Pessoas com Doença Falciforme, promove, em parceria com a Rede de Telessaúde da SES, Núcleo de Telessaúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (RedeNUTES/UFPE) - e Comitê Estadual de Saúde da População Negra (CESPN), uma programação para impulsionar o debate em todo o Estado. 

"É importante lembrar que a saúde mental do indivíduo tem efeito sobre a saúde geral, podendo interferir no agravamento de outras doenças. Sendo a saúde um direito humano, é necessário a ampliação da sensibilização quanto à temática racial, de modo que permita que os profissionais de saúde assumam de forma consciente as questões raciais, sendo possível a realização de processos terapêuticos que incluam a valorização e compreensão da história, da estética, da religiosidade e de todo o imaginário negro", ressalta a coordenadora de Atenção à Saúde da População Negra, Miranete Arruda. 

A primeira atividade ocorre nesta terça-feira (19.03), no Hospital das Clínicas, a partir das 14h. O psicólogo e mestrando em Psicologia da UFPE, Wellington Soares de Albuquerque Filho, aborda via webconferência (https://conferenciaweb.mp.br/webconf/rutehcufpe) o tema Os Impactos do Racismo na Saúde Mental da População Negra: Compreendendo a estrutura para o adoecimento psíquico. O material pode ser conferido na íntegra no mesmo site após o evento.   

Já na quarta-feira (20.03), ocorre a reunião ordinária do Comitê, no auditório do Hospital Hemope, a partir das 8h30, com a participação de representantes de comunidades quilombolas, movimento negro, instituições de ensino, Conselho Estadual de Saúde (CES) e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). Haverá exibição de vídeo sobre racismo, seguido de debate. Na próxima segunda-feira (25.03), será abordado o tema Danos do Racismo à Saúde Mental, pela psicóloga clínica, que atua no Espaço Rizoma, Paula Fonseca, por meio de teleconferência pela Rede de Telessaúde da SES, no bairro do Bongi, às 8h30, e transmitido simultaneamente para as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres), em todo o Estado.

"O racismo pode ser classificado como interpessoal, quando diz respeito a comportamentos discriminatórios que ocorrem entre pessoas; e institucional, considerado como o fracasso das instituições e organizações em prover um serviço adequado às pessoas em virtude de sua cor, cultura, origem racial ou étnica. Ele se manifesta em normas, práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano do trabalho, os quais são resultantes do preconceito racial, uma atitude que combina estereótipos racistas, falta de atenção e ignorância", ressalta Miranete. 

Denúncias - Casos de racismo nos serviços de saúde podem ser denunciados por meio da Ouvidoria da SES no número 0800.286.2828. A ligação é gratuita e pode ser realizada de telefone fixo, celular e telefones de uso público. A população também pode optar pelo Disque 136, do Ministério da Saúde, e o Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos, do Governo Federal. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também disponibiliza contato por meio do Grupo de Trabalho (GT) Racismo no telefone (81) 3303.1249.

Rede - O atendimento em saúde mental à população no SUS é prestado por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) composta por serviços diversos. A porta preferencial e o local mais privilegiado para o cuidado das pessoas em sofrimento mental é a Atenção Básica, que conta com as Equipes de Saúde da Família (ESF) e os Núcleos Ampliados do Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB). Essas equipes acionam e/ou articulam outros serviços da RAPS, quando necessário. Para os casos mais graves de problemas psíquicos existem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). O acesso a esses serviços pode ser por meio de encaminhamentos ou acesso direto pela população.