Em pouco menos de três meses, o Hospital Agamenon Magalhães (HAM), localizado no bairro de Casa Amarela, conseguiu um feito inédito com relação às pesquisas de célula-tronco. A unidade incluiu com sucesso o sétimo paciente na área de infarto agudo do miocárdio. Em todo o Brasil, há 24 pacientes estudados nas 27 instituições públicas e privadas que trabalham com esta mesma área de pesquisa. Somente o HAM representa um terço de todo esse trabalho científico.

“O Agamenon Magalhães foi o último hospital a entrar na pesquisa e já alcançou o primeiro lugar graça aos esforços de toda nossa equipe que tem trabalhado de maneira séria para atingir as metas propostas pelo estudo”, afirma o coordenador do laboratório de Terapia Celular do HAM, João Moraes Jr.

Os trabalhos estão sendo coordenados pelo Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras (INCL), no Rio de Janeiro, que tem como objetivo a inclusão de mil e duzentos pacientes em todo o país, divididos em grupos de trezentos, nas quatro áreas existentes dos estudos. São elas: cardiomiopatia dilatada, doença de chagas, infarto agudo do miocárdio e doença isquêmica crônica do coração.

A diretora do HAM, Elenice Negromonte, destaca a importância do entrosamento dos profissionais da cardiologia no êxito do protocolo adotado. “Nosso hospital é referência no estado em atendimento cardiológico. O trabalho desenvolvido pela equipe na emergência é um dos fatores principais para o sucesso das pesquisas, pois eles observam e identificam os pacientes que se encaixam nos critérios da pesquisa, ampliando assim o objetivo principal que é salvar vidas”, afirma Elenice.

No final do ano passado, o hospital foi convidado para entrar em uma nova área de pesquisa, a cardiomiopatia dilatada, que é popularmente conhecida como “coração crescido”. Em fevereiro unidade estará incluindo dois pacientes inscritos para tratar a doença. O próximo passo, segundo João Moraes é entrar em uma terceira frente de pesquisa, a de doenças isquêmicas crônicas do coração. “Nós não estamos preocupados em sermos o primeiro lugar e sim em buscar a ampliação dos estudos para podermos melhorar a qualidade de vida da população”, conclui Moraes.




INVESTIMENTO

O Laboratório de Terapia Celular do HAM foi inaugurado no último dia 10 de outubro. Ele é composto de duas salas, sendo uma para acompanhamento dos doentes e armazenamentos dos procedimentos, equipada com um computador, e a sala da pesquisa em si. O laboratório está entre outras 27 instituições públicas e privadas do país incluídas na pesquisa, capitaneada pelo Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras, do Rio de Janeiro. Na época a Secretaria Estadual de Saúde fez um investimento de R$ 250 mil para viabilizar a construção e a compra dos equipamentos para a unidade de terapia celular do hospital.

BOX:

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)

Dos 57 milhões de óbitos/ ano no mundo mais de 20 milhões são relacionados a doenças do coração.

Em Pernambuco são 14.500 óbitos/ ano, ou quase 40 óbitos por dia.