O simples ato de higienizar as mãos ajuda a prevenir infecções ocasionadas por vírus respiratórios, diarreia, infecção estomacal e conjuntivite, pois são elas uma das principais fontes de propagação de microorganismos.  Nesta quinta-feira (15.10), comemora-se o Dia Mundial de Lavagem das Mãos, data criada em 2008 visando à manutenção de ações educativas buscando diminuir o número de doenças e mortes causadas por doenças infecciosas. Desde o início do ano, o Brasil vivencia a pandemia do novo coronavírus, onde a principal forma de prevenção do vírus respiratório é a higienização correta das mãos associada ao distanciamento social. 

Profissionais de saúde alertam para o efeito propagador de doenças que nossa pele possui, seja pelo contato direto entre as mãos ou compartilhamento de objetos e contato com superfícies contaminadas. Em casa ou no ambiente hospitalar, a prática de higienização das mãos deve ser observada e incentivada constantemente.  

“As mãos são constantemente levadas aos olhos e à boca, portas de entrada para nosso organismo. O ato de higienizá-las diminui o risco de contrair algumas doenças infecciosas como gripe, conjuntivite, parasitose intestinal, hepatite A, e o próprio coronavírus. Mas é importante frisar que nossas mãos nunca serão 100% estéreis e não precisamos lavá-las o tempo todo, como numa neurose por higiene. Possuímos bactérias na pele que nos protegem de outros micro-organismos e que convivemos muito bem com elas. Estas bactérias fazem parte da chamada flora normal da pele. A higienização das mãos visa a retirada, de forma mecânica, das bactérias das camadas superficiais da pele que adquirimos ao tocar em objetos e superfícies contaminadas e, dessa forma, evitamos a disseminação dos micro-organismos de uma superfície para outra e de uma pessoa para outra”, afirma o infectologista dos hospitais Correia Picanço e Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Luciano Arraes.  

Entre os erros mais comuns na hora de higienizar as mãos está a não retirada de objetos, como anéis, pulseiras e relógios, bem como a utilização de técnica errada ou tempo inadequado de lavagem das mãos. Esses objetos usados como enfeite ou acessórios podem conter acúmulo de microorganismos (colônias). Além disso, observa o especialista, as regiões das pontas abaixo das unhas e entre os dedos são regiões mais negligenciadas neste momento.  

“O ideal é lavar as mãos com água e sabão, esfregando bem as palmas, o dorso da mão, entre os dedos, os espaços entre eles; pontas dos dedos, com atenção as unhas, e só depois disso enxaguar e enxugar com pano limpo de uso único ou papel toalha. Manter as mãos limpas também é importante antes e após o preparo dos alimentos; antes e depois de realizar a uma refeição ou usar o banheiro e entrar em contato com superfícies de uso coletivo”, destacou.  

Para os profissionais de saúde, este ato é ainda mais indispensável, pois dentro do ambiente hospitalar existe a presença de diversos patógenos (bactérias, fungos, protozoários e vírus). Dentro desse ambiente, os profissionais de saúde e os pacientes estão mais expostos a contaminações.  

As unidades de saúde que compõem a rede estadual contam com Comissões de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) e Núcleo de Segurança do Paciente (NSP). A CCIH de cada serviço é responsável por promover ações de prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde, monitorar agravos e definir medidas de controle. Já os núcleos de Segurança do Paciente têm entre os objetivos, apoiar e gerir implementação de ações que visem a melhoria da qualidade e segurança dos pacientes.  

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) também lançou, no último mês de agosto, um manual de Recomendações aos Núcleos de Segurança do Paciente no Enfrentamento à Covid-19. No documento, o órgão elencou ações que podem ser implementadas para promover a prevenção, controle e redução de incidentes, visando o bem-estar do paciente neste período de pandemia. O manual de recomendações aos Núcleos agrega, em um único documento, as principais orientações para esses profissionais, reunindo informações de diversos órgãos nacionais e internacionais, como Anvisa, Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

Foto: Hugo Dourado/SES-PE