A Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE/IMIP) foi escolhida recentemente para ser campo de uma pesquisa que embasou o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de duas alunas de enfermagem da Universidade de Pernambuco (UPE). O resultado desse estudo foi apresentado na segunda-feira (10) para uma banca examinadora, que contou com a participação especial da coordenadora de enfermagem da UPAE/IMIP, Grazziela Franklin. 

Como conclusão, o estudo – que virou um artigo e será publicado em uma revista especializada – apontou a excelência do serviço, que resolve na própria unidade 99,5% dos casos recebidos na urgência e emergência (UPA 24h). Além disso, os dados extraídos dos prontuários dos pacientes atendidos em 2015 mostraram que grande parte deles chega à unidade com queixa de dor aguda, sendo este o mote escolhido para o TCC: “Prevalência de dor aguda em pacientes atendidos na Unidade de Pronto Atendimento na região do Vale do São Francisco”. 

De acordo com as estudantes Ingrid Sterphany Amorim e Louise Mangabeira, a UPAE foi escolhida como campo de estudo pela escassez de uma literatura sobre o serviço, que é relativamente novo no Brasil e na região (a unidade de Petrolina completa 4 anos agora em julho). “Digamos que esse foi o principal motivo. Nós queríamos entender, principalmente, o perfil dos pacientes atendidos em uma UPA 24h. No levantamento do nosso pré-projeto encontramos muita coisa relacionada à atenção básica e à alta complexidade, mas nada relacionado ao pronto atendimento que é de complexidade intermediária. Então, decidimos ser pioneiras nesse segmento”, pontuaram na apresentação. 

A professora Maria Emília Vidal Teles, que aprovou e orientou o projeto, também viu na UPA um segmento muito novo que merece ser estudado. “Os resultados foram bem dentro do que a gente esperava. Nós percebemos que realmente a UPA é mais procurada por pessoas com dor aguda e que grande parte desses atendimentos deveriam ter como referência a atenção básica, sendo que isso geralmente não acontece. O paciente procura primeiro o serviço de urgência e emergência, quando deveria buscar o atendimento no posto de saúde do seu próprio bairro, já que Petrolina tem mais de 90% de cobertura. Existem vários motivos que levam a isso, entre eles a alta resolutividade da UPA de Petrolina e as boas referências do serviço”, acredita. 

Desse modo, as estudantes destacam que a unidade cumpre bem mais do que o seu papel. “Constamos que o pronto atendimento da UPA é um serviço essencial para a rede de saúde pública da região e que ele contribui significativamente para desafogar os serviços hospitalares, por exemplo. Nesse aspecto, também percebemos que o setor público deve apresentar melhor essa rede à população para que todos saibam a qual serviço procurar”, defendem e propõem as pesquisadoras. 

Na outra ponta, a coordenadora de enfermagem Graziella ressalta que ter a UPAE eleita como campo de pesquisa é um orgulho e ratifica o tripé da assistência, ensino e pesquisa preconizado pelo IMIP. “Ficamos muito felizes com a indicação e envaidecidos com os resultados, pois eles remetem a uma avaliação de excelência do nosso serviço e mostra a importância da UPAE para Petrolina e região”, destacou durante a abertura das discussões da banca examinadora. “Também preciso agradecer ao convite feito pela UPE para participar desse momento”, acrescentou. 

De forma conclusiva, a coordenadora destacou que a dor aguda (que leva os pacientes às urgências e emergências) precisa ser tratada como um problema de saúde pública. “Estudos mostram que se as doenças forem tratadas no momento oportuno, as possibilidades de complicação são mínimas. Então, algumas políticas de saúde precisam ser repensadas”, deixou como recado.