Na descoberta de uma doença um fator é muito importante para o sucesso do tratamento: o diagnóstico precoce.  Pensando em atualizar os profissionais de saúde de Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES), através da Diretoria Geral da Assistência à Saúde (DGAIS), promoveu nesta quinta-feira (12.09) capacitação com o tema “Detecção precoce dos cânceres mais prevalentes: sinais e sintomas, diagnóstico, exames de rastreio, grupos de risco e dados epidemiológicos”. O evento, que reuniu profissionais envolvidos no atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), aconteceu no auditório da SES, no Recife.   

A abertura do evento foi realizada pelo coordenador da Política de Oncologia, Rodrigo Bezerra. Foram convidados para o debate, o pneumologista e broncoscopista do Hospital Otávio de Freitas (HOF) e doutor em Oncologia pelo INCA, Guilherme Jorge Costa; a ginecologista e obstetra e coordenadora de Saúde da Mulher de Olinda, Cleonúsia Batista Leite de Vasconcelos; e o mastologista do Hospital dos Servidores do Estado e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional de Pernambuco, Marcos Antônio Araújo Almeida.  

A atualização é voltada para gestores e equipes multiprofissionais que atuam na Atenção Especializada Ambulatorial, Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (UPAEs), hospitais e atenção primária. Na abertura do evento, a secretária executiva de Atenção à Saúde, Cristina Mota, destacou a importância do diagnóstico precoce para diversas doenças. “A realização do diagnóstico precoce, especialmente em casos de câncer, possibilita ao paciente o acesso à cura e também é fundamental para que a equipe médica realize um prognóstico positivo”.  

Um dos tipos de cânceres mais prevalente e letal no mundo é o câncer de pulmão. Para falar sobre o tema foi convidado o pneumologista e broncoscopista do Hospital Otávio de Freitas (HOF) e doutor em Oncologia pelo INCA, Guilherme Jorge Costa. Em sua explanação, também transmitida por web conferência para as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres), o profissional falou sobre a incidência desse tipo de câncer no Brasil. “Por ano, cerca de 30 mil novos casos do câncer são notificados no país. Sendo o mais freqüente e letal, está em 1º lugar na incidência em homens e em 4º nas mulheres”, frisou. Segundo o pneumologista, o tabagismo é o principal fator de risco para o surgimento da doença. De 80% a 90% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados em fumantes.  

O tumor cancerígeno se comporta de maneiras diferentes em cada organismo, e foi sobre o comportamento desses tumores, em específico o de mama, que o mastologista do Hospital dos Servidores do Estado, Marcos Antônio Araújo Almeida, tirou as dúvidas dos profissionais de saúde.    

 

“O câncer são células que se modificam e se proliferam de forma descontrolada e com a capacidade de invadir outros tecidos e órgãos. Cada tumor tem uma identidade que exige uma forma de tratamento específica, uma personalização do tratamento”, disse. “O aumento da incidência dos casos está ligada também ao aumento da longevidade, o avanço nas tecnologias de rastreio, como os exames de mamografia e ultrassonografia, e o estilo de vida, com o aumento de peso e tabagismo. Só em apenas 10% dos casos de câncer de mama têm origem hereditária”, completou.