O Hospital Dom Malan/Imip de Petrolina sediou nesta quarta-feira (24.05) o I Simpósio de Hemofilia do Vale do São Francisco, que reuniu profissionais de saúde de diversas instituições públicas e privadas da região para discutir sobre a doença e a abordagem clínica aos pacientes. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a unidade materno-infantil, Hospital Universitário da Univasf (HU) e o Hemope.

Sob a organização do hematologista Jandir Nicácio, o evento contou com a participação de convidados especialistas do Hemope Recife que, entre outros assuntos, abordaram o tratamento periodontal do paciente hemofílico e o papel da enfermagem na assistência ao paciente e ao cuidador.

Além das atividades teóricas, foi realizado um treinamento prático para a enfermagem e a fisioterapia, com foco na administração de medicamentos e os tipos de exercícios indicados para o paciente hemofílico, que apresenta, entre outros sintomas, sangramento nas articulações.

Segundo Jandir, o Hospital Dom Malan foi o local escolhido para sediar o evento pela proximidade com o tema. “Temos em média 60 pacientes hemofílicos, sendo mais de 50% crianças. Por ser referência em pediatria, o HDM é o que faz, geralmente, essa primeira abordagem. Então, a nossa intenção é proporcionar um maior conhecimento sobre a doença aos profissionais de saúde do serviço, para que seja oferecida uma assistência de melhor qualidade ao usuário. Na maioria das vezes, a criança chega sangrando à urgência e emergência, e os profissionais precisam rapidamente identificar o paciente hemofílico e saber como tratá-lo”, esclarece.

Em uma perspectiva macro, o hematologista considera o Simpósio como um marco para a região. “Até mais ou menos dois anos atrás o paciente hemofílico tinha que se dirigir ao Recife para fazer tratamento. Hoje, através de uma iniciativa de interiorização dos serviços do Hemope estamos conseguindo tratar esse paciente aqui mesmo em Petrolina. Esse é o primeiro ganho. E, nesse cenário, o evento vem agregar conhecimento, discutir abertamente a doença e informar, desmistificando a hemofilia, inclusive, para os profissionais de saúde”, ressalta Jandir.

“Ficamos muito honrados em receber essa primeira edição do Simpósio e os nossos profissionais foram muito receptivos aos novos conhecimentos e discussões sobre o tema. Sem dúvida, essa é uma grande iniciativa e a interiorização do tratamento de hemofilia um ganho para o serão de Pernambuco”, avalia a diretora de Ensino e Pesquisa do HDM/IMIP, Angélica Guimarães.

A promoção do Simpósio faz parte das atividades do “Grupo de Atenção ao Paciente Hemofílico e Cuidador do HU”, formado por profissionais das áreas de medicina, enfermagem, fisioterapia, serviço social e psicologia, que vêm fazendo um acompanhamento multiprofissional dos hemofílicos do estado de Pernambuco e de seus familiares. A ideia do grupo é desenvolver trabalhos de educação continuada, tanto para melhorar a assistência ao paciente nas unidades básicas e nos serviços terciários, quanto para combater o desconhecimento e preconceitos relacionados à doença.