Foram mais de 100 profissionais e estudantes presentes, nesta quarta-feira (08.11), ao Auditório Alice Figueira, no IMIP, para acompanhar as palestras do 2º Encontro de Serviço Social do Hospital Miguel Arraes (HMA). Este ano, o tema abordou as interfaces e desafios dos Serviços de Saúde e da Assistência Social no Atendimento à População em Situação de Rua na RMR.

O encontro foi aberto pela diretora de Ensino e Pesquisa do HMA, dra. Isly Lucena, que destacou o desafio dos profissionais de saúde para atender esse público. “São cerca de três mil pessoas vivendo hoje nas ruas do Grande Recife e quem está dentro do hospital, vivenciando o dia-a-dia desse paciente, em particular, deve estar ciente da realidade do morador de rua para poder atendê-lo adequadamente”, afirmou. A mesa de abertura também foi formada pela coordenadora do Serviço Social do IMIP, Amanda Vasconcelos, e a coordenadora do Serviço Social do HMA, Lucianna Rocha.

O ciclo de palestras teve início com a assistente social do HMA, Danielle Soares, que falou sobre uma pesquisa feita pelo Serviço Social da unidade, com usuários em situação de rua, que foram atendidos de janeiro de 2015 a junho de 2017. Os principais desafios identificados no período foi a fragilidade da rede socioassistencial para atendimento a essa população; o preconceito por parte e outros usuários e, por vezes, da própria equipe de assistência ao paciente; o respeito à alta social; e o direito do paciente, com a necessidade de recorrer ao Ministério Público Estadual.

A próxima a falar foi a psicóloga Fernanda Carvalho, coordenadora dos Serviços Especializados para a População em Situação de Rua, da Prefeitura do Recife (PCR). Ela destacou o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), os níveis de proteção, os centros de referência para a PSR e o Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS). Para Fernanda, o maior desafio ao lidar com o morador de rua é sensibilizar o conjunto das políticas públicas para obter respostas mais efetivas: “precisa ainda haver um diálogo maior em torno da habitação, da inclusão produtiva (trabalho e renda) e do atendimento na área de saúde para o morador de rua. É necessário um engajamento maior desses setores para que se sintam provocados a darem uma resposta mais emergencial sobre esses assuntos”. Fernanda Carvalho afirma, ainda, a urgência de romper o preconceito contra esse grupo populacional.

As discussões seguiram com Brena Leite, psicóloga e coordenadora do Consultório na Rua, um programa implantando há 3 anos pela Prefeitura do Recife, com o objetivo de dar atenção integral à saúde do morador de rua, e a psicóloga Silvana Lima, supervisora técnica da Rede de Acolhida de Adultos, também da PCR, que falou sobre o acolhimento aos indivíduos e famílias em situação de rua. Ricardo Absalão, representante do Conselho Regional de Serviço Social – CRESS, também esteve presente ao evento e saudou a todos.

Para a coordenadora do Serviço Social do HMA, Lucianna Rocha, esse debate aconteceu no momento certo para entender o que o país está atravessando, principalmente em termos sociais. “As pessoas conseguiram sair do encontro com orientações importantes, entendendo o que é a População de Rua, desafios encontrados, maneiras de se trabalhar, enfim, cada um vai aplicar o que ouviu da melhor forma possível dentro da sua atuação, seja profissional ou estudante. O evento foi um sucesso”, encerrou.