Na reta final de implementação do projeto Redução de Mortalidade Materna (RMM), o Hospital Agamenon Magalhães (HAM), referência estadual no atendimento materno-infantil, recebeu, na manhã desta terça-feira (16/10) a visita da nigeriana Mary-Ann Etiebet, representante do MSD para Mães, iniciativa da farmacêutica MSD, parceira, junto da Sociedade Israelita Brasileira Albert Einstein e das Secretarias de Saúde de Pernambuco e Recife no projeto-piloto realizado na capital pernambucana. Diretora executiva e líder global do programa estrangeiro, Etiebet se reuniu com os profissionais envolvidos na parceria que reduziu em 54% a taxa de mortalidade no Agamenon Magalhães, discutindo com as lideranças os principais pontos do trabalho desenvolvido na unidade de saúde. 

Até o fim de 2018, as instituições parceiras devem implementar os parâmetros necessários para concluir o projeto. "A partir dos diagnósticos iniciais, passamos a remodular todo o fluxo adotado no hospital em relação à assistência das gestantes e puérperas. O desafio foi grande, mas com os esforços dos profissionais de saúde do serviço de obstetrícia do hospital, conseguimos adequar os nossos tratamentos com a estrutura já existente na unidade", pontua a diretora do Hospital Agamenon Magalhães, Cláudia Miranda. A unidade comemora, atualmente, uma outra marca atingida: total de 152 dias sem registros de óbitos maternos. 

A notícia foi recebida com entusiasmo pela especialista da MSD. "Nós acompanhamos projetos em diversos países e raras foram as vezes em que vimos uma unidade atingir mais de 150 dias sem óbitos maternos. Essa marca mostra que o nosso trabalho pode fazer a diferença na vida das pessoas", afirma Mary-Ann Etiebet. Em cinco anos, o programa MSD para Mães já permitiu que sete milhões de mulheres tivessem mais acesso à saúde de qualidade, com a implementação de 50 programas em 30 países, incluindo o Brasil. 

As ações se iniciaram em 2016 com as primeiras avaliações diagnósticas e capacitações das lideranças do HAM, que envolveram mais de 90 profissionais, e treinamento de mais de 215 profissionais assistenciais, incluindo o uso do Centro de Simulação Realística do Einstein. Em maio de 2017, as mudanças institucionais começaram a ser colocadas em prática, como a implantação de protocolos assistenciais para as principais condições ameaçadoras à vida das gestantes (sepse, prevenção de tromboembolismo venoso, hemorragia, hipertensão, por exemplo); processos de análise de eventos adversos; reestruturação do comitê de óbitos; análise de custos envolvidos com o atendimento subótimo das gestantes e/ou com uma morte materna, dentre outras medidas.

Outro ponto importante é que mais de 200 gestores e profissionais de outras unidades de saúde da rede de assistência estadual também foram capacitados para identificar os casos mais graves e com risco de morte para as gestantes, agindo adequadamente para que elas tivessem um parto seguro e sem consequências negativas também para os bebês. Assim, o projeto teve uma repercussão positiva também a nível estadual, com a replicação de boas práticas e capacitação de profissionais de toda a rede.

Para a diretora executiva de Prática Assistencial, Qualidade, Segurança e Meio Ambiente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Cláudia Garcia de Barros, o comprometimento da equipe local foi o fator decisivo para a escolha do Agamenon Magalhães como unidade contemplada com o projeto Redução da Mortalidade Materna. "A postura não apenas das lideranças mas também de toda a equipe, com o empenho necessário para fomentar as mudanças no hospital foi essencial. Nós trouxemos o método e rapidamente os profissionais assimilaram os parâmetros ideiais, definindo objetivos e indicadores seguros. Agora é a hora de unir esforços para desenhar um plano de manutenção do projeto", ressalta.  

DADOS - Entre maio de 2016 e abril de 2017, período anterior ao projeto, o HAM realizou 3.783 partos. Já entre maio de 2017 e abril de 2018 foram 4.167, uma ampliação de 10% no quantitativo. Em relação aos óbitos, foram 11 no período anterior ao projeto e 6 durante a iniciativa. Durante todo o ano de 2017, foram realizados 54.265 atendimentos de emergência (média de 4.522/mês), 74.727 consultas ambulatoriais (média de 6.227/mês), 4.632 cirurgias (média de 386/mês), 1.083.399 de exames laboratoriais (média de 90.283/mês) e 28.020 exames de imagem (média de 2.335/mês). Além do atendimento materno-infantil, o HAM possui emergência clínica, cardiológica e de otorrinolaringologia.

Sobre a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein

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