A tuberculose causa em torno de cinco mil mortes por dia em todo o mundo. São mais de 1,6 milhão de pessoas que perdem a vida, todos os anos, para a doença. Os dados constam do último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a tuberculose, com base no ano de 2016. O Brasil tem um terço (33%) de toda a carga de tuberculose das Américas e figura no grupo de países que reúne quase 40% de todos os casos de tuberculose do mundo. Com o objetivo de conscientizar a população em relação ao impacto da tuberculose no mundo e divulgar as estratégias de prevenção e controle da doença, a OMS criou, em 1982, o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, em homenagem aos 100 anos do anúncio do bacilo causador da doença, ocorrido em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.
 
No Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, uma palestra sobre o assunto deve mobilizar acompanhantes de pacientes internados na unidade, nesta quinta-feira, dia 22, às 10h30. O coordenador da Clínica Médica do HMA, Fábio Queiroga, e a assistente social, Rayanne Cardona, serão os palestrantes. De acordo com o médico, a tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, que afeta principalmente os pulmões. Pessoas com AIDS, diabetes, insuficiência renal crônica, idosas doentes, alcoólatras, dependentes de drogas e fumantes são mais propensas a contrair a doença. “A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa para pessoa. O doente lança pequenas gotas de saliva ao falar, espirrar ou tossir, e essas gotículas são aspiradas por outra pessoa”, explica dr. Fábio.
 
Comumente, a tuberculose é confundida com uma gripe, por exemplo, e evolui durante três a quatro meses sem que a pessoa infectada saiba. Fábio Queiroga alerta: “é nesse período que a doença é transmitida para outras pessoas. É preciso ficar atento aos sintomas da tuberculose, que vão desde a tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, até febre, rouquidão e falta de apetite”. Para evitar a tuberculose é necessário imunizar as crianças no primeiro ano de vida com a vacina BCG, pois protege contra as formas mais graves da doença. Já o diagnóstico precoce continua sendo a melhor forma de prevenir a transmissão da doença, iniciando o tratamento adequado o mais rápido possível. Com 15 dias após iniciado o tratamento, a pessoa já não transmite mais a doença. O tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, diariamente e sem nenhuma interrupção. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados. O tratamento só termina quando o médico confirmar a cura total do paciente.