O Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina é referência em saúde da mulher e da criança para mais de 50 municípios da Rede de Saúde Pernambuco-Bahia (PEBA), atende a alta complexidade e, por isso, recebe, enviados de outros serviços de saúde, pacientes com diagnóstico em aberto. Isso é bastante comum no HDM e muitos desses relatos são repassados aos residentes para estudo de caso. Os resultados dessas análises são apresentados em reuniões anátomo-clínicas, nas quais os alunos defendem seus trabalhos de conclusão de residência. Neste mês de outubro, a “sorteada” foi Érika Samara Delmondes, R2 de Pediatria. 

Ela recebeu o caso de uma criança de 7 anos, que apresentava um edema localizado na coxa esquerda. O paciente veio de outro serviço hospitalar da cidade, com apenas alguns exames de imagem. “Geralmente a gente recebe somente as informações básicas, para diante do apresentado pensar nas diversas hipóteses diagnósticas. Isso requer uma investigação mais profunda e o aprimoramento do raciocínio clínico”, defende Érika. 

De início, por conta da detecção do edema de partes moles e uma leve anemia, a residente sugeriu: tumor de causa infecciosa; tumor de causa oncológica; tuberculose e por fim hemofilia. Ela acertou na hemofilia, que é um distúrbio na coagulação do sangue. Na “vida real”, para o fechamento do diagnóstico, a equipe contou com a parceria de ortopedistas, hematologistas, oncologistas e radiologistas, além de uma apurada anamnese (histórico de sintomas narrados pelo paciente). “O interessante é que a Érika, mesmo sem essa base de dados, conseguiu chegar à hipótese diagnóstica correta. Isso prova que o Programa de Residência Médica do Dom Malan  [PRM] tem formado excelentes profissionais”, pontuou o mestre em saúde infantil e consultor do IMIP, Rubem Maggi, presente na ocasião. 

Muito elogiada pelos colegas e staff do hospital, a futura especialista avaliou a experiência. “Fiz faculdade em Petrolina, me apaixonei pelo Dom Malan ainda no internado e não pensei duas vezes em optar pelo hospital para fazer a residência. Me formei, passei dois anos trabalhando na minha terra natal em Ouricuri, casei, tive filho e voltei para realizar meu sonho. Em fevereiro, mesmo depois do título, pretendo ficar dando plantão no HDM para não perder o vínculo com o serviço”, pondera. 

“Acredito que o Dom Malan, por exigir muito da equipe, abre a nossa cabeça e nos deixa preparados para resolver qualquer caso, de maior ou menor complexidade. Passar pelo PRM do hospital é conseguir a segurança necessária para atuar na área escolhida. Então vou embora, mas mantendo um pé aqui, dessa forma seguirei atualizada e desafiada a ir sempre mais além”, finaliza.