Este mês ficou conhecido como Novembro Azul para chamar a atenção dos homens para o diagnóstico e tratamento precoces do câncer de próstata. Contudo, além desse agravo, é preciso reforçar com a população masculina a importância da prevenção de outras doenças, que chegam a ter índices de mortalidade maiores do que vários tipos de cânceres. Para discutir sobre esse panorama, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) promoveu, nesta sexta-feira (10.11), o I Seminário Estadual de Saúde do Homem. O evento reuniu profissionais e estudantes de saúde. As atividades também serão transmitidas, por webconferência, para as II, III e VIII Gerências Regionais de Saúde (Geres).
 
O coordenador Nacional de Saúde do Homem, Francisco Moreira, foi um dos palestrantes do seminário, trazendo o tema “Trabalhando por uma linha de cuidado em doenças prostáticas para a população masculina”. Já o “Cenário Epidemiológico do Câncer no Homem” foi apresentado por Beatriz Kneipp, da Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Coordenação de Rede, do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O urologista Luiz Henrique Araújo, do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), explananou sobre “O papel da Atenção Básica na prevenção e detecção precoce de agravos urológicos masculinos”. Por fim, a “Prevenção do câncer através da alimentação” foi o tema da representante da Coordenação Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, Ellga Karen de Araujo.
 
“Neste Novembro Azul, nós temos incentivado os municípios a realizar ações que contemplem a integralidade da saúde do homem, não focado apenas no câncer de próstata. Entendemos que é preciso informar sobre o diagnóstico e o tratamento desse tipo de câncer, mas também precisamos esclarecer a sociedade sobre a necessidade de o homem cuidar da saúde, por meio da adoção de hábitos de vida positivos, como a prática de exercícios físicos e alimentação saudável, não fumar e evitar o consumo de bebida alcoólica, além da ida regular à unidade básica de saúde, para consulta médica e odontológica. Medidas como estas podem reduzir o risco ou minimizar os danos de algumas doenças cardiovasculares, e até mesmo de alguns tipos de cânceres”, ressaltou a gerente de Saúde do Homem e do Idoso da SES, Valeria Pastor.
 
Indicadores de saúde mostram que, em geral, os homens vivem menos que as mulheres, em média 7,3 anos, sendo as doenças do aparelho circulatório e os agravos relacionados aos acidentes e violência, as principais causas de mortalidade. A faixa etária com maiores taxas de mortalidade é entre 20 e 39 anos, sendo três vezes maior na população masculina, quando comparada à feminina, segundo o Ministério da Saúde.
 
Em 2015, o infarto agudo do miocárdio foi a principal causa de óbitos masculinos, com 3,1 mil casos. Já no caso dos cânceres, o principal é o de próstata, com mais de 700 óbitos. “A oferta de cuidado mais qualificado e integral à população masculina de 20 a 59 anos, população alvo da Política Nacional, contribuirá para melhoria da assistência, bem como para a redução da morbimortalidade masculina”, reforçou Valeria.