A Secretaria Estadual de Saúde (SES) promove até está sexta-feira (20.04) em Caruaru, no Agreste do Estado, a Ação Hanseníase Pernambuco, iniciativa que busca capacitar os profissionais médicos da 2ª Macrorregião de Saúde. A programação, em parceria com as Sociedades Brasileiras de Hansenologia e Dermatologia - Seção Pernambuco, abrange a IV e V Gerências Regionais de Saúde (Geres).  

A parte teórica do treinamento, organizado pela Gerência de Vigilância das Doenças Transmitidas por Micobactérias, aconteceu na segunda-feira (16.04), com aulas das 8h30 às 17h, no campus Caruaru da Faculdade Maurício de Nassau. A segunda parte da capacitação, totalmente prática, aconteceu ao longo do dia nestas terça (17), quarta (18) e quinta (19). As abordagens práticas encerram nessa sexta-feira, às 16h, com avaliação e discussão de casos trazidos por médicos.  

A Ação Hanseníase Pernambuco já foi realizada nas Macro IV, III, I em 2017. Os treinamentos realizados refletiram num aumento de 17% na detecção de casos novos de 2017 em relação ao ano anterior de 2016. 

A DOENÇA - A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica e com alto poder incapacitante. Causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, acomete, principalmente, a pele e os nervos periféricos. Também pode manifestar-se como uma doença sistêmica, comprometendo articulações, olhos, testículos, gânglios e outros órgãos. Sua transmissão ocorre quando uma pessoa infectada, e que não recebe o tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas. A principal via de eliminação e entrada do bacilo são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe), através de contato íntimo e prolongo.
 
Os principais sinais e sintomas da doença são: manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade (a pessoa pode sentir choques, câimbras e formigamentos que evoluem para dormência); pápulas, infiltrações, tubérculos e nódulos; diminuição ou queda de pelos localizada ou difusa (especialmente sobrancelhas) e ausência de sudorese no local (pele seca).
 
O tratamento recomendando pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é baseado na poliquimioterapia, ou seja, com o uso de várias drogas para a intervenção terapêutica. Uma parte do tratamento é realizada nos postos de saúde, necessitando que o paciente compareça à unidade uma vez por mês para tomar a medicação (dose supervisionada). O restante dos remédios o paciente toma em casa. Vale reforçar que toda a medicação para hanseníase é gratuita e fornecida pelo Ministério da Saúde (MS). A distribuição dos medicamentos trata a doença e impede a sua transmissibilidade.