Para marcar o Dia Mundial de Combate à Enfermidade de Chagas, lembrado no dia 14 de abril, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) participou, por meio do Programa de Enfrentamento às Enfermidades Negligenciadas (Sanar), de ação conjunta promovida pelo Ambulatório de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca do Pronto Socorro Cardiológico Universitário da Universidade de Pernambuco (Procape/UPE), Associação Pernambucana dos Pacientes com Doença de Chagas, Insuficiência Cardíaca e Miocardiopatia de Pernambuco (APDCIM) e Secretaria Municipal do Recife. A ação educativa e de saúde ocorreu nesta sexta-feira, no Espaço Carlos Chagas, praça em frente ao Procape. 
 
Como forma de divulgar informações sobre a doença de Chagas, alunos dos projetos de extensão da UPE, equipe multiprofissional do Ambulatório de Chagas e voluntários da Associação estiveram presentes, distribuindo panfletos informativos e esclarecendo dúvidas a respeito da enfermidade. A população também realizou aferição da pressão arterial, de glicemia – HGT, participou da busca ativa de casos de hanseníase, tracoma e recebeu preservativos para combate às infecções sexualmente transmissíveis. 
 
"A data mundial tem como objetivo alertar sobre a problemática da doença de Chagas e foi escolhida por ter sido o dia em que o pesquisador brasileiro, Dr. Carlos Chagas, há 109 anos, comunicou sua descoberta à comunidade científica. Pernambuco, estado endêmico para a doença, conta com 19 municípios prioritários para o Programa Sanar, distribuídos principalmente no agreste e sertão de Pernambuco, justificando-se, a permanência das ações de vigilância e controle da doença", comenta a coordenadora estadual dos Programas de Chagas, Tracoma e Malária, Gênova Oliveira. Como forma de descentralizar a assistência aos pacientes crônicos da doença nos municípios mais distantes, os órgõas vem realizando ações conjuntas de treinamentos para os profissionais do SUS.
 
Doença - Considerada negligenciada pela OMS, constitui um grave problema de saúde pública para a América Latina, com repercussão mundial. É causada pelo Trypanosoma cruzi e as formas de transmissão de maior importância epidemiológica são a vetorial através de insetos hematófagos, os triatomíneos (barbeiros), a transfusional, a congênita e a oral. Na ocorrência da doença, observam-se duas fases clínicas: uma aguda, que pode ou não ser identificada, podendo evoluir para uma fase crônica caso não seja tratada com medicação específica. No Brasil, devido à transmissão vetorial domiciliar ocorrida no passado, predominam os casos crônicos. Estima-se que existam entre dois a três milhões de indivíduos infectados. No entanto, nos últimos anos, a ocorrência de Doença de Chagas aguda tem sido observada em diferentes estados, em especial na região da Amazônia Legal, principalmente, em decorrência da transmissão oral.
 
Dados - Estima-se que hoje há cerca de 100 milhões de pessoas estão sob risco de infecção pelo parasito, dos quais apenas 10% tem acesso ao diagnóstico, com 200 mil novos casos a cada ano e 20 mil mortes decorrentes da doença. A notificação compulsória da doença só é realizada em casos agudos. Até o momento, não há casos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Sobre os casos crônicos, atualmente, mais de 600 pacientes estão cadastrados no Ambulatório de Doença de Chagas do Pronto Socorro Cardiológico Universitário da Universidade de Pernambuco (Procape/UPE), referência para este tipo de atendimento.