Pernambuco contará com grupo especial para discussão científica da hanseníase, doença infecciosa transmitida pelo bacilo M. leprae, que ataca o sistema nervoso periférico e provoca alterações de sensibilidade ao frio/calor, ao tato e à dor. O lançamento do Comitê Estadual Técnico Gestor da Hanseníase de Pernambuco aconteceu nesta quinta-feira (21.06) durante o encerramento do I Seminário de Experiências e Inovações da Vigilância em Saúde,  realizado no Mar Hotel Conventions (R. Barão de Souza Leão, 451, Boa Viagem – Recife/PE). O objetivo principal da iniciativa é uniformizar as condutas terapêuticas dos casos mais complexos e implementar, conforme a necessidade das Regionais de Saúde, comissões de debate sobre o tema.

Em 2017, o Estado registrou 2.391 casos novos de hanseníase. Desses, 192 foram em menores de 15 anos. Com a criação do Comitê Técnico, a expectativa é integrar os profissionais dos centros de referência em hanseníase de Pernambuco, contribuindo para a constante atualização dos especialistas. "A junção das experiências dos profissionais diretamente envolvidos na detecção e controle da doença contribuirá bastante para o direcionamento dos casos. O Comitê fortalecerá a nossa política de controle da hanseníase para todo o estado", pontua a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Monique Lira. 

O Comitê servirá ainda para expandir as diretrizes adotadas nas discussões para os municípios de todas as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres), assim como pleitear junto ao Ministério da Saúde (MS) as necessidades específicas para os casos identificados como prioridades para condutas diferenciadas. Gestores regionais e municipais devem participar da cerimônia de lançamento.

DOENÇA - A hanseníase é uma doença infecciosa transmitida pela pessoa doente para uma sadia pelo contínuo contato. Ela é transmitida pelo bacilo M. leprae, bactéria que ataca o sistema nervoso periférico e provoca alterações de sensibilidade ao frio/calor, ao tato e à dor. A doença, que pode ficar encubada por um período de 5 a 10 anos, também pode evoluir para perda de força muscular das mãos, pés e olhos.

O tratamento é gratuito, padronizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS), e baseia-se na poliquimioterapia. É realizada nos postos de saúde, necessitando que o paciente compareça à unidade uma vez por mês para tomar a medicação (dose supervisionada). O restante dos remédios o paciente toma em casa. Apenas os casos mais graves e com complicações deverão ser atendidos em unidades de referência. O Hospital Otávio de Freitas (HOF), no bairro de Tejipió, Zona Oeste do Recife, e o Hospital Geral da Mirueira, em Paulista, são referências secundárias estaduais no atendimento aos pacientes de hanseníase em Pernambuco.