O Governo de Pernambuco, em parceria com as Sociedades Brasileiras de Hansenologia e de Dermatologia (Regional Pernambuco), promove, nesta semana, capacitação sobre hanseníase, doença infecciosa transmitida pelo bacilo M. leprae, que ataca o sistema nervoso periférico e provoca alterações de sensibilidade ao frio/calor, ao tato e à dor. As aulas teóricas e práticas serão ministradas para profissionais médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e biomédicos que atuam na 1ª Macrorregião de Saúde, que compreende os 20 municípios da I Gerência Regional de Saúde (Geres), que tem sede no Recife; 22 cidades da III Geres  (Palmares) e 10 municípios da XII (Goiana).  
 
"O Governo do Estado tem investido em capacitações com metodologias inovadoras, que além da teoria investe na prática do atendimento, entendendo a importância para aperfeiçoar a clínica profissional. Com isso, estamos preparando os profissionais para identificação precoce dos casos de hanseníase para, assim, interromper a cadeia de transmissão", afirma a Gerente de Micobactérias da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Danyella Travassos.
 
 As vagas para as atividades foram distribuídas para os municípios proporcionalmente ao número de Equipes de Saúde da Família. A aula teórica ocorreu na última segunda (11.12). Entre os dias 12 e 15 de dezembro, ocorrerão as aulas práticas, sendo formadas turmas de cinco ou seis alunos por especialista, nos turnos da manhã ou tarde. Na terça-feira (12) e quarta (13) haverá atendimento clínico na Escola Santo Cristo, em Ipojuca. Na quinta (14) e sexta (15), será a vez do Hospital Geral da Mirueira, em Paulista.
 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DE HANSENÍASE NO ESTADO DE PERNAMBUCO – Em 2016, o estado registrou 1.856 casos novos de hanseníase. Desses, 176 (9,5%) foram em menores de 15 anos. Do total de casos novos registrados e avaliados quanto ao Grau de Incapacidade Física (GIF) no diagnóstico, 82 (5,2%) iniciaram tratamento com GIF 2.
 
DOENÇA – A hanseníase é uma doença infecciosa transmitida pela pessoa doente para uma sadia pelo contínuo contato. Ela é transmitida pelo bacilo M. leprae, bactéria que ataca o sistema nervoso periférico e provoca alterações de sensibilidade ao frio/calor, ao tato e à dor. A doença, que pode ficar encubada por um período de 5 a 10 anos, também pode evoluir para perda de força muscular das mãos, pés e olhos.
 
O tratamento é gratuito, padronizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS), e baseia-se na poliquimioterapia. É realizada nos postos de saúde, necessitando que o paciente compareça à unidade uma vez por mês para tomar a medicação (dose supervisionada). O restante dos remédios o paciente toma em casa.
 
Apenas os casos mais graves e com complicações deverão ser atendidos em unidades de referência. O Hospital Otávio de Freitas (HOF), no bairro de Tejipió, Zona Oeste do Recife, e o Hospital Geral da Mirueira, em Paulista, são referências secundárias estaduais no atendimento aos pacientes de hanseníase em Pernambuco.