Doença milenar que ainda persiste como um grave problema de saúde pública, a tuberculose atinge, anualmente, mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Pernambuco, foram registrados 4.665 novos casos no ano de 2020, quando a população mundial voltava a atenção para o novo coronavírus. Nesta quarta-feira (24/03), celebra-se o Dia Mundial de Combate à Tuberculose e, para marcar a data, mesmo diante do contexto de pandemia, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) se uniu à Liga de Infectologia de Pernambuco (Linfepe) para realizar programação virtual de conscientização sobre a doença. Além de divulgação de conteúdos informativos nas redes sociais, haverá live no Instagram na próxima sexta-feira (26/03), às 18h30. 

Ao longo desta semana, o grupo abordará, em postagens informativas e didáticas, a origem da tuberculose, sintomas e tratamento, tipos de tuberculose, além das diferenças entre a doença e a Covid-19. Já a live no Instagram (www.instagram.com/linfepeufpe), com o tema “Tuberculose em Pernambuco: a perpetuação de uma doença secular”, terá a participação da coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Cândida Ribeiro, e de membros da Linfepe, formada por professores e alunos de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A iniciativa também tem o apoio do Comitê Pernambucano de Mobilização Social para o Controle da Tuberculose.

“Neste momento de pandemia, é essencial conscientizar os profissionais da saúde e a população em geral sobre o cenário de outras doenças além da Covid-19. A capacitação e a divulgação de temas sobre a tuberculose é uma das principais estratégias para favorecer o diagnóstico e tratamento adequado e em tempo oportuno às pessoas acometidas pela doença”, ressalta Cândida Ribeiro.

O Programa Estadual de Controle da Tuberculose monitora os indicadores epidemiológicos da doença em todos os municípios, prestando, quando necessário, assessoramento técnico às gestões municipais. A SES-PE ainda articula a organização dos serviços da rede e fomenta o fortalecimento da intersetorialidade no tratamento da doença. A Secretaria também promove formações continuadas com o intuito de capacitar os profissionais envolvidos na vigilância e atenção à saúde. Atualmente, por causa das restrições impostas pela pandemia, as capacitações presenciais estão suspensas.

WEBINÁRIOS - A Secretaria Estadual de Saúde também está incentivando as gestões municipais a participar do ciclo de debates sobre a tuberculose promovido pelo Ministério da Saúde. A programação federal egue até a próxima sexta-feira (26/03). Os interessados podem assistir às transmissões pelo link: www.mediacenter.aids.gov.br. 

A DOENÇA - A tuberculose é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch). Ela afeta, principalmente, os pulmões e é transmitida por vias aéreas, pela fala, tosse ou espirro da pessoa com a doença ativa no organismo. Tosse por mais de três semanas, que pode ser acompanhada por febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga, pode ser um indicativo da enfermidade. O diagnóstico é feito usualmente na atenção primária por meio de investigação clínico-epidemiológica e exames bacteriológicos. O tratamento é feito com medicações via oral ofertadas pelo SUS e dura, no mínimo, seis meses.

PREVENÇÃO - A principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente no SUS (nas unidades básicas de saúde e maternidades). Essa vacina protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea, e deve ser dada ao nascer, ou, no máximo, antes de completarem cinco anos de idade (até 04 anos, 11 meses e 29 dias).

Outra maneira de prevenir a doença é a avaliação de contatos de pessoas com tuberculose, que permite identificar a infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis. Isso possibilita prevenir o desenvolvimento de tuberculose ativa. Em outras situações específicas, pessoas que são diagnosticadas com a infecção latente da tuberculose também têm indicação de receber tratamento para prevenir o adoecimento. Neste caso, é necessário procurar uma unidade de saúde para avaliação.

CASOS DE TUBERCULOSE – PERNAMBUCO*

2015 – 4.636

2016 – 4.609

2017 - 5.015

2018 - 5.032

2019 - 5.237 

2020 - 4.665 

ÓBITOS POR TUBERCULOSE - PERNAMBUCO*

2015 – 425

2016 – 405

2017 - 442

2018 - 400

2019 - 376

2020 - 266

* Dados sujeitos a alterações