Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, lembrado em 29 de agosto, unidades de saúde de todo o Estado reforçam quais são os perigos do cigarro, principalmente como fator de risco para casos graves do novo coronavírus. Isso, porque, fumantes que contraem a Covid-19 têm até 14 vezes mais chances de a doença evoluir gravemente do que os não fumantes.

O alerta será feito durante toda essa semana pelos serviços de saúde vinculadas à Fundação Professor Martiniano Fernandes em Pernambuco, que conta com oito UPAs, três UPAEs e quatro hospitais, incluindo o Hospital Eduardo Campos, no Recife; Dom Helder, no Cabo; Miguel Arraes, em Paulista; e Dom Malan, em Petrolina.

As ações têm início nesta segunda-feira (23/08), pelas unidades do Sertão. A UPAE Salgueiro fará uma ação na sala de espera da unidade, enquanto o Hospital Dom Malan, em Petrolina, realizará um trabalho na Casa de Apoio da unidade. Confira ao fim do texto a programação de palestras.

De acordo com a pneumologista da UPAE Petrolina, Morgana Carolina, a fumaça do tabaco contém quase 5 mil toxinas que podem causar, com o tempo, cerca de 55 diferentes doenças, exatamente aquelas estampadas nas imagens dos maços de cigarros. “O tabaco está relacionado com mais de 75% dos casos do câncer de pulmão. Além disso, pode causar dependência à nicotina, ataque cardíaco, derrame cerebral, enfisema pulmonar, bronquite, úlcera gástrica, osteoporose, baixa fertilidade, impotência sexual, rugas precoces, manchas e perdas dos dentes”, esclarece.

Com relação à Covid-19, a especialista explica que o uso do tabaco pode causar diferentes tipos de inflamação que prejudicam os mecanismos de defesa do organismo, abrindo caminho para um maior risco de infecção por vírus, bactérias e fungos. Além do prejuízo direto, a médica ressalta os riscos indiretos como o fato de levar as mãos não higienizadas à boca para fumar, o compartilhamento de objetivos para inalar a fumaça como narguile e cigarros eletrônicos, e a própria liberação de aerossóis emitida durante o ato, podendo contaminar inclusive fumantes passivos.

Isso sem falar que a Covid-19 é uma infecção respiratória que também acomete o pulmão. Desse modo, a combinação entre coronavírus e tabagismo pode aumentar consideravelmente os riscos de morte para um indivíduo. “Esses fatores de risco citados se aplicam aos fumantes de cigarros tradicionais, a quem faz uso de tabaco aquecido e cigarros eletrônicos”, complementa Morgana.

O ideal neste período é encorajar as pessoas a pararem de fumar para minimizar os riscos associados à pandemia da Covid-19, tanto para os fumantes quanto para as pessoas expostas ao fumo passivo. Na UPA de Petrolina, no Sertão do Estado, por exemplo, o número de fumantes portadores de doenças pulmonares é grande. “Observamos um aumento no número de internamento desses pacientes; bem como um aumento do número de pacientes tabagistas sem avaliação pulmonar prévia, agravados pela Covid 19”, ressalta, sobre a realidade local.

Ainda de acordo com Morgana, é possível, sim, parar de fumar e contar com ajuda. “Marque uma data. Isso ajudará a ter um objetivo próximo e estimulará a vontade de alcançá-lo. Mas, é preciso ser firme, não adiar o processo e buscar ajuda profissional para iniciar a empreitada”, orienta. Não se sabe ao certo a partir de quanto tempo o fumo passa a ser prejudicial à saúde, visto que cada organismo se comporta de uma forma. Entretanto, é sabido que quanto maior a exposição, maior o risco de desenvolver doenças.

PROGRAMAÇÃO DE PALESTRAS:

23/08 – Hospital Dom Malan (Casa de Apoio do HDM)

23 e 24 – UPAE Salgueiro

23 a 27/08 - UPA Paulista

25 a 27/08 – UPA Barra de Jangada

25 a 27/08 – UPA São Lourenço

26 e 27/08 – UPA Caruaru

27/08 – Hospital Miguel Arraes

30/08 – Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa

30 e 31/08 – UPAE Garanhuns