Pioneiro na identificação dos casos de microcefalia relacionada ao vírus zika e referência na estruturação da rede de assistência às crianças com a malformação, Pernambuco recebe, nesta terça (03.05) e quarta-feira (04.05), a visita de uma delegação da Organização Mundial da Saúde. Os técnicos da entidade irão acompanhar o atendimento aos casos de microcefalia e as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti no Estado. Participam da comitiva o gerente da Área de Vigilância, Controle e Prevenção de Doenças da Organização Pan-America da Saúde (OPAS/OMS), Marcos Espinal; e o coordenador da Unidade Técnica de Doenças Transmissíveis e Analise da Situação de Saúde da Opas Brasil, Enrique Vazquez, além do assessor Internacional do Ministério da Saúde, Eduardo Fujikawa.

Nesta terça, a partir das 8h, a comitiva visitará o Imip, centro de referência para atendimento materno-infantil e às crianças com microcefalia. Em seguida, às 10h, o grupo irá à sala de situação para enfrentamento ao Zika da secretaria de Saúde do Recife, localizada no prédio da Prefeitura, no Cais do Apolo, no Bairro do Recife. No local é realizado acompanhamento da situação das arboviroses na cidade, com base de dados e mapeamento da distribuição de casos das doenças - zika, dengue e chikungunya. O secretário de Saúde, Jailson Correia, fará uma apresentação sobre as arboviroses, com  dados epidemiológicos e balanço das ações realizadas na cidade do Recife, para o controle do mosquito Aedes aegypti. 

O secretário estadual de Saúde, Iran Costa, irá participar das agendas. À tarde, a partir das 14h, o grupo estará no Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAm/Fiocruz-PE), que coordena um grupo intersetorial pesquisando as relações entre o zika vírus e a ocorrência da microcefalia.

Na quarta pela manhã, as atividades englobam acompanhamento de ação de campo para controle vetorial no bairro da Iputinga, Zona Oeste da capital, e visita ao Hospital Barão de Lucena, referência no atendimento às crianças com microcefalia.  

No último mês de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde declarou, em razão do aumento de casos de infecção pelo vírus zika e de uma possível relação da doença com quadros registrados de microcefalia e síndromes neurológicas, situação de emergência em saúde pública de importância internacional. No mesmo mês, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, visitou o Estado e elogiou a seriedade e transparência de Pernambuco na notificação e no enfrentamento a esse novo agravo de saúde pública.

Pernambuco foi o primeiro Estado a verificar a mudança do padrão de ocorrência da malformação no país. Com isso, também foi pioneiro na notificação obrigatória dos casos e na formatação de protocolos de atendimento das gestantes e dos bebês. Com o fortalecimento da hipótese da relação da microcefalia com o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e da chikungunya, o Governador Paulo Câmara decretou, em novembro de 2015, por meio do decreto 42.438, Estado de Emergência em Saúde Pública. O Governo também está investindo R$ 25 milhões nas ações de combate ao mosquito, estruturação da assistência à população e campanhas de mobilização. 

Desde o mês de abril, para agilizar o diagnóstico dos casos de microcefalia, a Secretaria Estadual de Saúde está promovendo mutirões de atendimento às crianças notificadas como casos suspeitos de microcefalia. A primeira etapa, que foi divida em duas datas, ocorreu na AACD, no Recife, e reuniu 303 crianças de 72 municípios da primeira macrorregional, sendo 266 casos descartados, 28 confirmados e 09 crianças permanecem em investigação. A segunda etapa foi no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. No primeiro dia, foram 160 atendimentos, sendo 14 confirmados. A próxima etapa, será em Petrolina, no Sertão, no dia 15 de maio.