Reunindo vários pesquisadores do Brasil e do exterior, a Reunião Técnico-científica do Hemope, realizada nesta sexta-feira (07.10), abordou o estudo do projeto internacional REDS III (Retrovirus Epidemiology Donor Study). O evento, que aconteceu no auditório Luiz Gonzaga dos Santos, no Hemocentro Recife, foi ministrado pela médica da Fundação Hemominas, Anna Barbara Proietti, que participa no estudo multicêntrico internacional REDS em segurança transfusional no estado de Minas Gerais.

 

Participaram da palestra, os pesquisadores da Blood Systems Research Institute, Brian Custer; Kelly Shannom e Thelma Goncalez; da Attendance to be determined (RTI), Don Brambilla e Liliana Preiss; da ITACI (Instituto do tratamento do câncer infantil), Ester Sabino, Miriam Park, Paula Blayta e Ligia Capuani.

 

Já representando a Hemominas, o encontro contou a participação de Daniela Werneck e Rosimeire Afonso; do Hemorio: Maria Esther Lopes, Claudia Maximo e Mariana Mundim; e por fim, do Hemope: Paula Loreiro, Aderson Araújo, Regina Siqueira, Rebeca Talamatu, Airly Maciel, Virginia Silva e Ericka Martins.

 

Os programas de pesquisa do REDS objetivam melhorar a segurança e disponibilidade de produtos derivados da transfusão sanguínea nos EUA e em vários outras países. “Como panorama geral, o REDS III Brasil foca vários fatores, dentre eles, o estudo da doença Falciforme, assunto que discutimos hoje nesta palestra”, ressaltou a palestrante Anna Proietti.

 

Ela ainda informou que a equipe do REDS-III Doença Falciforme é composta por integrantes dos hemocentros de Pernambuco (Hemope), Hemominas (Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claro), Rio de Janeiro (Hemorio), São Paulo (ITAC) e as cidades americanas de Washignton, San Francisco e Oakland.

 

Palestra - De acordo com Anna Proietti, foram discutidos ainda os objetivos específicos do REDS III, dentre eles: estabelecimento do Coorte (grupo de indivíduos que têm em comum um conjunto de características e são observados durante um período de tempo com o intuito de analisar sua evolução); Desenvolver um banco de dados eletrônico para centralizar a informação clínica de transfusão; além de criar um biorrepositório de amostras de sangue dos temas envolvidos.

 

Outra meta importante é a caracterização de mudanças nos marcadores de inflamação em resposta à transfusão através da análise de painéis de quimiocinas/citocinas em série de amostras pós-transfusão.

 

“Além disso, possuímos a realização GWAS em pacientes com doença Falciforme (SCD com e sem anticorpos eritrocitários para identificar polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) associados ao risco de aloimunização eritrocitária em SCD e a mensuração dos fatores de risco associados à infecção por HIV na população brasileira com SCD, descrevendo os resultados”, ressaltou Anna Proietti.

 

Dentre os planos para o coorte REDS III Doença Falciforme está a análise da grande quantidade de dados de fenótipo e genótipos que manterá a pessoa ocupada em uma gama de áreas clínicas e científicas e em novas vias de investigação.

 

“Fora que pretendemos realizar uma última visita de acompanhamento, que inclui coleta de RNA em tubos de estabilização para permitir uma linha de base para uma ampla gama de futuras pesquisas transcriptômicas”, pontuou Anna Barbara Proietti.