A Secretaria Estadual de Saúde (SES) enviou no último dia 18/04 um documento de alerta sobre a dengue hemorrágica para todos os municípios de Pernambuco. A nota técnica solicita às prefeituras, responsáveis pelo controle da dengue, uma intensificação das ações de prevenção ao mosquito transmissor, maior agilidade na investigação dos casos e reforço da assistência médica aos pacientes, principalmente as crianças, que são as vítimas mais freqüentes e frágeis. De acordo com um recente estudo feito pela SES, de janeiro a abril deste ano, dos 57 casos suspeitos de dengue hemorrágica, 70% se referem ao grupo que vai de 0 a 14 anos.

No alerta que será enviado a todos os secretários municipais de saúde, hospitais públicos e privados, a SES está encaminhando também uma nota técnica com o protocolo médico a ser seguido pelos profissionais de saúde e o estudo sobre a distribuição dos casos suspeitos por faixa etária. De acordo com o levantamento, o grupo de maior risco é o que vai de 5 a 9 anos, que representa 38,6%, e dos 0 a 4 anos, com 22,81%. Entre os municípios de maior incidência estão: Tabira (21 casos), Recife (7), Olinda (4), Cabo de Santo Agostinho (4) e Caruaru (4). Tabira tem preocupado bastante e por isso está sendo intensamente monitorada pelo Estado. Devido a falhas nas ações de controle da doença e deficiência na assistência médica por parte da Secretaria Municipal de Saúde, a cidade também possui 111 casos suspeitos de dengue clássica, sendo 18 já confirmados.
Na próxima semana, a SES realizará, em parceria com a Sociedade Pernambucana de Pediatria, um seminário para capacitar pediatras de todo o Estado no manejo clínico de pacientes com dengue hemorrágica. Serão convocados médicos de postos de saúde, policlínicas e hospitais públicos e privados. Na ocasião, os profissionais serão atualizados por especialistas sobre diagnóstico precoce, monitoramento e as formas corretas de hidratar os pacientes, entre outros assuntos.
Segundo o secretário-executivo de Promoção à Saúde da SES, Cláudio Duarte, a incidência de dengue hemorrágica está associada à circulação de três tipos de vírus da doença (DEN-1. DEN-2 e DEN-3), ao período das chuvas e também ao descuido dos municípios na eliminação dos focos da doença e orientação à população. “Estamos convocando os municípios também para discutir as causas”, explica. Geralmente, a dengue hemorrágica é uma complicação da dengue clássica, devido à demora da família em levar a criança a uma unidade hospitalar, ou ocorre quando há a associação de dois tipos de vírus. Além de ter uma letalidade bem maior que o tipo clássico, a dengue hemorrágica se diferencia, quando acaba a febre, pelo aparecimento de sangramentos (podendo ocorrer vômitos de sangue), queda de pressão, lábios arroxeados, dores no abdômen e alternância de sonolência e agitação. Outros sinais, como febre, dor de cabeça, nos músculos e fraqueza. Para o tratamento da dengue hemorrágica, as referências do Estado são Hospital Barão de Lucena, Oswaldo Cruz e Imip.

Combatendo a dengue em casa:

- Mantenha bem tampados caixas d’água, cisternas, poços ou qualquer outro reservatório de água.
- Mantenha as lixeiras tampadas e secas. Nunca jogue lixo em terrenos baldios.
- Lave os bebedouros de animais com uma bucha pelo menos uma vez por semana e troque a água todos os dias.
- Cubra e guarde os pneus em locais secos, protegidos das chuvas.
- Guarde as garrafas secas de cabeça para baixo e não deixe no quintal objetos que acumulem água.
- Encha os pratinhos de planta com areia