Devido ao recente surto de sarampo na Bahia, estado que faz fronteira com Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) realiza amanhã (30/01) a Reunião de Atualização Clínica Sobre o Sarampo, na Associação Médica de Pernambuco. O evento é voltado aos profissionais de saúde que lidam com as doenças exantemáticas (caracterizadas por manchas avermelhadas na pele), como sarampo, rubéola e a síndrome da rubéola congênita (SRC).

Serão duas horas de exposição dos temas relevantes à situação do sarampo em Pernambuco e nacionalmente. A coordenadora estadual da Vigilância das Doenças Exantemáticas da SES, Lucilene Aguiar, dará início à reunião expondo os dados estatísticos do sarampo, salientando a importância da notificação dos casos, confirmados ou suspeitos, para um melhor planejamento estadual no combate à doença. “Como vamos conversar com profissionais do estado, temos que lembrar da necessidade dos registros desses casos por parte dos municípios e serviços de saúde”, diz Lucilene.

Os dados apresentados compõem um quadro da doença entre os anos de 1980 e 2005, trabalho desenvolvido pela SES e premiado na 6° Expoepi, em 2006, e que discutia possibilidades na vigilância epidemiológica de doenças exantemáticas em Pernambuco. A Expoepi é a mostra nacional de experiências bem-sucedidas em epidemiologia, prevenção e controle de doenças.

Como Pernambuco não tem nenhum caso confirmado há seis anos, Ângela Rocha, chefe da Enfermaria de Pediatria de Doenças Infecto Contagiosas do Hospital Oswaldo Cruz, abordará os sintomas e as formas que os profissionais deverão conduzir clinicamente os casos suspeitos, inclusive, sabendo diferenciá-los das demais doenças exantemáticas.

“Quando não se tem contato com uma doença por seis anos, pode-se deixar alguns sintomas passarem despercebidos quando ela ocorre”, lembra Lucilene. “Este é um dos motivos da atualização, que quer deixar os profissionais alerta aos procedimentos adequados no caso de haver necessidade”, conclui.

Febre e manchas vermelhas (exantemas) são sintomas comuns tanto ao sarampo quanto à rubéola. Por isso, novos profissionais em saúde, que nunca tiveram contato com a doença, também poderão discutir, durante o debate que segue as palestras, eventuais dúvidas que ainda existam quanto aos procedimentos adequados para o diagnóstico seguro e cuidados com o paciente. O sarampo pode vir acompanhado de tosse, coriza e conjuntivite, enquanto a rubéola desenvolve gânglios (inchaços) atrás das orelhas.

Também será lembrada a necessidade da prevenção para manter Pernambuco longe do risco de contaminação, no caso de eventuais surtos em outras regiões. Para isso, devem ser vacinadas com a tríplice viral (que também combate a caxumba e rubéola) crianças com até 12 meses de vida, devendo receber um reforço entre os quatro e seis anos de idade. Adultos que não tenham recebido o reforço ou sequer a primeira dose também podem tomar a vacina e se prevenir.

O Auditório da Associação Médica tem capacidade para abrigar 200 pessoas. A SES convidou agentes da comunidade científica do estado, entre profissionais e educadores em saúde dos grandes hospitais estaduais, privados e conveniados ao SUS, das onze Geres, secretarias municipais de saúde, universidades, gerências da SES que trabalham com casos de epidemiologia, e órgãos que lidam com a saúde pública em Pernambuco.

Serviço:
O que: Reunião de Atualização Clínica Sobre o Sarampo
Onde: Auditório da Associação Médica de Pernambuco, Praça Oswaldo Cruz, 393, Boa Vista
Quando: terça-feira (30/01)