Diferente das mulheres, que já contam com um programa estadual de saúde pública, os homens do estado ainda são carentes de uma assistência pronta para atender às suas reais necessidades, em todas as suas particularidades. Atenta a essa demanda, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) reuniu na tarde do último dia 24/04 um corpo diverso de profissionais para a construção da Política de Atenção à Saúde do Homem.

“Os homens geralmente demoram a procurar os serviços de saúde para se tratar, e quando o fazem já se encontram num estágio evoluído e de complicações do quadro de saúde. Isso faz com que eles tenham que ser orientados para os serviços de média e alta complexidade, o que encarece os custos e reflete num maior número de óbitos, em comparação com as mulheres”, esclarece Oswaldo Negrão, gerente de Atenção à Saúde do Homem da SES, sobre a urgência de colocar essa política em prática.

A assistência voltada especificamente para o homem já havia sido posta em pauta, mas só agora, na atual gestão do secretário Jorge Gomes, ela vai finalmente ganhar corpo e sair do papel. “Temos de trabalhar com o Pernambuco real, reconhecer e trazer os nossos problemas para perto, e contar com todo apoio para promover um olhar integral desse homem. Vamos dar o pontapé inicial para começar a caminhada e a vitória será toda do povo pernambucano”, lembrou Ana Elizabethe de Andrade Lima, gerente de Acompanhamento e Desenvolvimento das Políticas de Saúde, aos participantes do encontro.

Dentre os temas debatidos como imperativos para a construção dessa política estão a qualificação da rede pública para melhor atender esse público, conscientização desse homem como participante ativo das questões de saúde, como alguém que também adoece e transmite doenças, e a valorização desse homem como um todo e não apenas da sua integridade física, lembrando também da psicológica. Agindo dessa forma, a SES objetiva construir uma saúde que atenda ao princípio da equidade do SUS, atendendo as diversas faixas etárias, orientações sexuais e condições sociais, da Região Metropolitana e interior do estado.

Mas saúde não foi discutida apenas no âmbito ambulatorial. “Fatores externos são os maiores causadores de morte entre os homens, e esse número sofre um aumento quando se trata de adolescentes. Entres essas causas, se destacam a violência seguida de homicídio e a imprudência no trânsito”, diz o psicólogo social Benedito Medrado, um dos fundadores da ONG Instituto Papai, parceiro da SES na construção dessa política.

Além dos gestores das diversas políticas de saúde da SES, estiveram presentes representantes municipais de saúde de Olinda, Jaboatão e Paulista, além de integrantes da sociedade civil organizada, como o Instituto Papai e Prós-vida, que trabalham com questões relacionadas ao homem, e professores da UFPE e UPE.