Sendo a doença genética mais frequente do mundo, com uma estimativa de que 300 mil crianças nasçam a cada ano e que 50% chegue a óbito antes dos cinco anos de idade, a doença falciforme ganha repercussão nesta próxima terça-feira (19/06), quando é lembrado o dia mundial da doença. Em Pernambuco, estima-se que a cada 1,4 mil crianças nascidas vivas, uma tenha a doença falciforme e a cada 23, uma seja identificada como portadora do traço falciforme - quando há transmissão parcial do gene e não há o desenvolvimento da enfermidade. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), que reconhece a doença falciforme como problema de saúde pública.

"Apesar de nossa prevalência estar um pouco abaixo da média nacional, temos grande número de casos em Pernambuco. Dos 140 mil nascidos vivos por ano no Estado, 110 apresentam a doença falciforme. A celebração do dia mundial tem como objetivo chamar a atenção da população, além de sensibilizar e comprometer gestores para que medidas institucionais sejam adotadas, seja na divulgação de informações, seja na adoção de ações concretas para o diagnóstico, como a implementação do teste do pezinho, que possibilita identificar precocemente doenças genéticas, metabólicas e hormonais", comenta a coordenadora de Atenção à Saúde da População Negra e às Pessoas com Doença Falciforme da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Miranete Arruda.

No Brasil, a doença falciforme também é a doença genética que mais acomete a população ocorrendo de forma prevalente em afro-descendentes – pessoas pretas e pardas. Transcontinental, ela é também trans-étnica e afeta as populações negras de origem africana, as populações árabes, indianas e caucasianas no Sul da Europa.

Para lembrar a data, a SES promoverá, durante o mês de julho, ações de sensibilização por meio de videoconferências, webconferências, seminários e cursos, com turmas espalhadas em todo o estado, assim como recebe no Recife o II Encontro Nacional de Mulheres com Doença Falciforme, dias 11 e 12 de julho, com a presença da ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Teste do Pezinho - É importante no diagnóstico de pelo menos três doenças – hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria (digestão inadequada de um dos elementos da proteína do leite) e doença falciforme.  No ano passado, o Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE) realizou 90 mil testes do pezinho, resultando em 64 crianças diagnosticadas com a doença falciforme, a primeira em prevalência no Estado, seguida de hipotireoidismo congênito e fenilcetonúria.