A Secretaria Estadual de Saúde realiza, amanhã (quinta-feira), das 8h30 às 17h, no Hotel Jangadeiro, em Boa Viagem, uma Oficina de preparação para a Semana de Mobilização contra a Dengue. O evento será aberto pelo secretário Jorge Gomes e terá a participação do coordenador nacional de combate à dengue, Giovanine Coelho, além de representantes municipais e estaduais. A Oficina tem o objetivo de definir as ações e estratégias para a Semana de 26 a 31 de março.

Serão seis dias de mobilização intensa, em parceria com várias empresas e órgãos públicos e privados. Shopping centers, supermercados, sindicatos, bancos, Correios e EMTU estão entre os parceiros. Estão previstas atividades educativas e culturais. A ação deverá envolver pelo menos 50 municípios, dando tratamento prioritário para aqueles que tenham registrado, recentemente, o maior número de casos da doença.

Mas nenhum setor é mais importante nesse combate do que a sociedade civil. "Precisamos disseminar no seio da sociedade a necessidade de ela ser também responsável pelo controle da dengue, permitindo a visita dos agentes de saúde em suas casas e colaborando com as ações municipais de combate", afirmou Cláudio Duarte, secretário-executivo de Promoção à Saúde, sobre a importância da população de não esquecer dos cuidados básicos que acabam com os focos de proliferação e mantêm o mosquito longe das suas casas. A dengue é uma doença de controle municipal e, de acordo com o SUS, cabe às prefeituras o trabalho de desinfecção dos focos do mosquito transmissor.

Em Pernambuco há circulação de três tipos de vírus dos quatro existentes no mundo, o DEN-1, DEN-2 e DEN-3. A existência de mais de um tipo da doença numa região reflete diretamente na incidência da dengue hemorrágica, uma vez que é pelo contato com mais de um dos tipos que ela pode surgir.

Estatística – Em todo o Brasil, somente este ano, 65 mil pessoas já contraíram a dengue. Pernambuco não está entre os Estados com maiores índices, mas mesmo assim, as estatísticas mostram um crescimento da doença, o que justifica uma constante vigília da sociedade como um todo (governo, imprensa, população) em torno do assunto. Este ano, até agora, o Estado registrou 237 casos de dengue clássica e três de dengue hemorrágica, sem óbitos. Já em 2006, no mesmo período, foram registrados 262 casos de dengue clássica, nenhum caso de dengue hemorrágica e nenhum óbito.

Histórico - Pernambuco registrou surtos expressivos da doença nos anos de 1987, 1995, 1996 (onde ocorreu o primeiro caso confirmado de morte por dengue hemorrágica no estado), 1998 e 2002. Para entender a curva ascendente da doença que parece retomar fôlego a cada quatro anos, Cláudio Duarte chama atenção para a falta dos cuidados preventivos da população. "Além do clima propício para a proliferação da dengue, as condições estruturais e sócio-econômicas também dificultam o controle da doença. Por isso, a população não pode esquecer que a solução do problema depende da colaboração dela no combate e controle dos focos de mosquitos, coordenada, claro, pelos gestores em saúde".