O Dia Mundial de Combate à Hanseníase foi lembrado este ano em Pernambuco com atividades de mobilização para reforçar as ações de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença. A iniciativa desenvolvida pela Secretaria Estadual de Saúde incluiu a distribuição de 56.000 folders e cartazes por todo o Estado, além de um trabalho voltado para a população carcerária. A data é comemorada, sempre no último domingo de janeiro, desde 1954, quando se realizou a primeira convenção internacional para tratar dos direitos das vítimas da enfermidade.

A atividade junto à população carcerária foi uma novidade. “A preocupação surgiu da constatação de que essa população prisional não tem facilidade de acesso ao diagnóstico”, justifica Rejane Almeida, técnica da Coordenação Estadual do Programa de Eliminação da Hanseníase. A ação aconteceu na Penitenciária Agroindustrial São João, antiga PAI, no último fim de semana (sábado e domingo), com panfletagem para a visita dos familiares, chamando a atenção para os sinais e sintomas. Na segunda-feira, haverá uma palestra de sensibilização para os funcionários da unidade.

Na quinta-feira, dia 1º de fevereiro, duas equipes de médicos, enfermeiros e técnicos de laboratórios irão até a penitenciária, onde serão realizados exames de casos suspeitos, fechamento de diagnósticos e, em caso de confirmação, iniciada a ação terapêutica. A continuidade do tratamento ficará a cargo do município de Itamaracá, onde fica localizada a Penitenciária.

Já o trabalho de educação em saúde, apoiando as ações municipais, vai distribuir o material de divulgação em locais públicos como ônibus intermunicipais, comércio, bancos e unidades de saúde. Também estão programadas a divulgação de peças publicitárias em rádios comunitárias e rádios locais de todo o estado.

O objetivo da mobilização é alertar a população sobre sinais, sintomas, tratamento, cura e prevenção da hanseníase, favorecendo o diagnóstico precoce e reduzindo o preconceito. Em 2006, foram diagnosticados 2.993 novos casos da doença no estado, identificados em 82% dos municípios pernambucanos. Atualmente, há 4.686 portadores do mal de hansen diagnosticado no Estado. Em 2004, eram 10.578 pessoas.

Uma série de atividades vem sendo realizada pela SES no sentido de combater a hanseníase. “Atualmente, nosso foco está em garantir em todas as unidades de saúde o exame de todos os comunicantes, ou seja, familiares e pessoas de contato próximo com as vítimas da doença”, diz Rejane. De acordo com ela, até 2004, apenas 13% dos comunicantes eram examinados. Hoje, essa proporção já é de 50%. Outras iniciativas importantes são a implementação do tratamento nas unidades de atenção básica à saúde e a reabilitação de pacientes com seqüelas.

CURA
- A hanseníase é uma doença causada por um micróbio chamado bacilo de Hansen (mycobacterium leprae), que ataca normalmente a pele, os olhos e os nervos. Transmitida pelas vias aéreas, a infecção dificilmente acontece depois de um simples encontro social. O contato deve ser íntimo e freqüente. A maioria das pessoas é resistente ao bacilo e, portanto, não adoece - de sete doentes, apenas um oferece risco de contaminação. É importante lembrar que a hanseníase tem cura. Na primeira dose do tratamento, 99% dos bacilos são eliminados e não há mais chances de contaminação. As referências estaduais para o tratamento da enfermidade são os o Hospital da Mirueira, Lessa de Andrade, Cisam e Centro de Saúde Agamenon Magalhães. O diagnóstico, porém, pode ser feito em qualquer posto de saúde.