O Hospital Getúlio Vargas (HGV) foi a primeira unidade de saúde do Norte-Nordeste a operar uma deformidade na coluna de uma adolescente usando a técnica de monitoramento. Na última semana, uma equipe formada por médicos do HGV, de João Pessoa e de São Paulo passou aproximadamente seis horas na sala de cirurgia para tratar a paciente que tem uma escoliose idiopática (desvio na coluna sem causa conhecida). A jovem passa bem e ainda está na sala de recuperação aguardando liberação médica.       
 
Os médicos consideraram o procedimento um sucesso. “Esse tipo de doença não tem uma causa especifica e pode ser originada por má formação congênita, adquirida ou degenerativa. O procedimento é delicado, mas nenhum transtorno foi observado durante a cirurgia”, afirma o cirurgião de coluna do HGV, André Pereira, que participou do processo.       
  
A diferença entre a nova técnica e a tradicional é o uso de um equipamento com eletrodos. No procedimento usual, o paciente é acordado durante a cirurgia para que se possa verificar o grau de movimentação das pernas. 
 
Com a técnica o médico não acorda o paciente, mas monitora todo o processo com a emissão de estímulos para os membros, através dos eletrodos, a fim de provocar movimentos e observar a evolução da pessoa que esta sendo submetida à técnica.
 
Foram instalados eletrodos na cabeça, nos membros superiores, tórax, abdômen e membros inferiores da paciente. Os eletrodos emitem estímulos nervosos que permitem ao cirurgião uma maior segurança para monitorar.
 
“O equipamento cria o que chamamos de potencial evocado. Com isso nós podemos saber o reflexo de cada etapa do procedimento”, destaca André Pereira. O objetivo da equipe que fez o procedimento no HGV na última segunda-feira (12) foi de difundir a cirurgia, que já é feita em São Paulo. Pernambuco foi escolhido por representar a região com um reconhecido pólo médico. A idéia é que futuramente o SUS possa disponibilizar essa cirurgia para a população.