O que é: 

 

É uma infecção parasitária, conhecida também por Mal de Chagas ou tripanossomíase americana, causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, transmitida por insetos triatomíneos, conhecidos no Brasil como barbeiros, chupança, fincão, bicudo, chupão ou procotó.

 

As formas habituais de transmissão da doença de Chagas para o homem são:
 

-Vetorial: acontece pelo contato do homem suscetível com as fezes contaminadas dos barbeiros. O protozoário penetra pelo orifício da picada ou por solução de continuidade (aranhões, ferimentos) deixada pelo ato de coçar.
 

-Transfusional: acontece pela transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados. No Brasil, o índice de transmissão via transfusão de sangue é muito baixo, devido à efetividade dos programas de combate ao vetor e maior controle do sangue e hemoderivados.
 

-Transplacentária (congênita): A via de transmissão vertical é a passagem de parasitos de mulheres chagásicas para seus bebês durante a gestação ou o parto. Em gestante ou lactante com diagnóstico de Doença de Chagas ou coinfecção T. cruzi-HIV, recomenda-se não oferecer amamentação no peito em virtude da possibilidade de transmissão por meio do leite ou fissura mamilar

-Por via oral: No Brasil, nos últimos anos vem sendo mais comum, principalmente nos estados do norte do país. A transmissão há quando ocorre ingestão de alimentos contaminados com protozoários, ou quando os alimentos são esmagados ou triturados contendo triatomíneos infectados.  

 

Sinais e sintomas

 

A doença apresenta uma fase aguda que pode ser identificada ou não (doença de Chagas aguda – DCA) e tendem à evoluir para as formas crônicas, caso não seja tratada com medicamento específico. Depois da fase aguda, aproximadamente 60% – 70% dos infectados evoluirão para uma forma indeterminada, sem nenhuma manifestação clínica da doença. O restante, entre 30 % a 40 %, desenvolverá formas clínicas crônicas, divididas em três tipos de acordo com as complicações apresentadas: cardíaca, digestiva ou mista (com complicações cardíacas e digestivas).

 

Os principais sintomas da fase aguda da doença são: febre prolongada (mais de 7 dias), dor de cabeça, fraqueza intensa, inchaço no rosto e pernas, tosse, dispnéia, dor torácica, palpitações e outros. Especialmente quando a transmissão é oral, são comuns dor de estômago, vômitos, diarréia e sangramentos digestivos.

 

Sinais de porta de entrada são característicos em 20% a 50% dos casos, lesão semelhante a furúnculo no local, conhecido como chagoma de inoculação e sinal de Romaña, edema bipalpebral unilateral.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico laboratorial de escolha para DCA, são os métodos parasitológicos diretos de sangue (pesquisa a fresco de tripanossoma). O ideal é que o paciente esteja febril no ato da coleta, ou em coleta posterior (12 a 24 horas). Para as formas crônicas o exame sorológico é o indicado (presença constante de anticorpos IgG). Os exames parasitológicos e sorológicos, estão descentralizados para os laboratórios regionais.

 

Como tratar:

 

Se a suspeita for confirmada laboratorialmente,  é importante voltar ao médico para que ele interprete os exames adequadamente. Se morar em área de presença de barbeiro, o paciente deve informar o fato ao médico. Todo paciente deve ser avaliado por um médico para indicação da medicação. A medicação para tratamento etiológico é disponibilizada pelo Ministério da Saúde e redistribuída para os estados e municípios.

 

Prevenção

 

Uma das formas de prevenção da doença de Chagas é evitar a presença do inseto “barbeiro” e a formação de colônias nos domicílios. Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, pode-se usar mosquiteiros ou telas. Evitar a presença de entulhos nos arredores da casa, e construir os galinheiros e abrigos de animais distantes da residência.

 

Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas, etc) durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata. Para a prevenção da transmissão oral é importante seguir todas as recomendações de boas práticas de higiene e manipulação de alimentos, em especial aqueles consumidos in natura.

 

O que fazer se eu encontrar um barbeiro na minha residência?

 

Deve informar a Secretaria de Saúde do Município, no setor de vigilância epidemiológica ou vigilância ambiental do município ou no Posto de Informação de Triatomíneo– PIT ou ainda na Gerência Regional de Saúde. Se puder, tentar capturá-lo, protegendo a mão com um saco plástico e colocá-lo em um vidro sem álcool ou qualquer outro líquido. Identifique o recipiente com seu nome, seu telefone e endereço e entregue na Secretaria de Saúde do Município.

 

Como tratar: