Atenção Primária Prisional recebe formação sobre a Atenção à Saúde Mental das pessoas privadas de liberdade

Novas qualificações ocorreram em Caruaru e Petrolina nesta sexta-feira (27/09)
 
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), por meio da Diretoria Geral de Assistência Prisional (DGASP) e da Diretoria Geral de Políticas Estratégicas (DGPE), tem intensificado as ações de atenção à saúde mental para as pessoas privadas de liberdade. Os profissionais de saúde e apoiadores institucionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde Prisional do Estado são o público-alvo de oficinas de qualificação, iniciadas desde o mês de julho deste ano. Nesta sexta-feira (27/09), Caruaru, no Agreste, sediou o segundo módulo do treinamento; e a cidade de Petrolina, no Sertão, recebeu o primeiro módulo da iniciativa.

“A temática da saúde mental é complexa e envolve vários fatores que precisam ser vistos e observados com atenção. Nossa intenção é promover a percepção dos profissionais que atuam nos ambientes prisionais e que esse profissional quando chegue na unidade prisional ele consiga realizar um atendimento mais assertivo. A gente precisa ter uma escuta, ter um acolhimento, e essa qualificação vai formar esses profissionais como multiplicadores, mudando esse olhar dentro das unidades prisionais”, enfatiza o diretor de Assistência Prisional da SES-PE, Leandro Lima.

As oficinas foram divididas, inicialmente, em duas etapas, e visam alcançar cerca de 150 profissionais, entre eles médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e apoiadores de saúde. O primeiro módulo aborda aspectos gerais da Polícia Nacional de Atenção à Saúde Mental (PNASM) e da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), refletindo sobre a necessidade de implementação de medidas que ampliem o acesso ao cuidado nos ambientes prisionais. A segunda oficina é direcionada à qualificação dos processos de trabalho no cotidiano da Atenção Primária Prisional, abordando ferramentas de Estratificação de Risco para a adoção de planos de cuidado mais adequados às necessidades das pessoas com algum transtorno mental.

Os profissionais capacitados integram a Rede de Atenção Primária Prisional da abrangência de Gerências Regionais de Saúde (Geres) que possuem unidades prisionais em seu território, sendo elas I Geres (Recife), II Geres (Limoeiro), III Geres (Palmares), IV Geres (Caruaru), V Geres (Garanhuns), VI Geres (Arcoverde), VII Geres (Salgueiro), VIII (Petrolina) e XII Geres (Goiana). O médico Vitor de Assis Farias atua no Presídio do município de Tacaimbó, no Agreste, e comentou a relevância das formações. “A capacitação é um fato inovador e faz a gente enxergar e tratar a questão da saúde mental com um olhar mais direcionado. Acredito que a troca de experiência com outros profissionais da assistência é bem valioso para a prática no dia a dia”, conta o médico.

Estratificação de Risco em Saúde Mental — Os participantes serão treinados para aplicarem uma ferramenta denominada de Estratificação de Risco em Saúde Mental (ERSM), que funciona como um mecanismo que foca na individualidade da pessoa privada de liberdade que serão aplicados nas unidades prisionais do Estado e que qualquer profissional capacitado, inserido na equipe multidisciplinar, poderá aplicar. O documento servirá como norteador do processo de trabalho das equipes.

“A ideia é que possa ser realizada a análise da situação de saúde das pessoas, estabelecendo estratos de riscos e adotadas estratégias de cuidados em saúde mais alinhadas com as necessidades de saúde da população, seja dentro da unidade ou nos serviços da Rede de Atenção à Saúde. É uma forma de estabelecer as reais demandas da pessoa privada de liberdade, tendo como ponto de partida a assistência de qualidade e digna nos ambientes prisionais”, pontua a gerente de Assistência à Saúde da Diretoria de Assistência Prisional da SES-PE, Suelen Cruz.

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