SES-PE recomenda cuidados da Febre do Oropouche em gestantes

Documento também traz orientações direcionadas aos profissionais de saúde

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), por meio das gerências de Atenção à Saúde da Mulher (Geasm) e Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (Geasc), lançou uma nota técnica nesta quarta-feira (17/07) com observações a respeito das implicações e cuidados da Febre do Oropouche em mulheres gestantes. Com a investigação de uma possível perda gestacional causada pela arbovirose, numa mulher com 30 semanas de gravidez, residente em Rio Formoso, os técnicos da SES-PE traçaram linhas de atuação. A nota técnica está disponível no site do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs-PE), no endereço  https://portalcievs.saude.pe.gov.br/noticias/DOCUMENTOS/arboviroses


A Nota “Arboviroses e os Cuidados na Gestação” reforça as medidas de proteção que alertam sobre a importância das precauções básicas para minimizar os perigos às mulheres grávidas e aos seus bebês. Além disso, em virtude dos efeitos da Febre do Oropouche serem pouco compreendidos, nos dias atuais, traz orientações relativas à assistência, direcionadas aos profissionais que estão na ponta.

A SES-PE destaca algumas medidas de prevenção, como: o uso de repelentes especiais para grávidas e crianças nas áreas expostas do corpo; uso de roupas compridas de cor clara; mosquiteiros e telas nas residências; uso de inseticida e larvicida; vedação de caixas de água e outros recipientes; garrafas sempre emborcadas; limpeza de quintal e calhas; além de descarte de lixo em sacolas fechadas e locais adequados.

“A gente ressalta que as arboviroses ao adoecerem pessoas com útero gestantes podem trazer complicações, merecendo este grupo um acompanhamento próximo, principalmente nas situações de vulnerabilidade. Não há tratamento antiviral específico, sendo o manejo sintomático. Os impactos gerados pelo adoecimento podem atingir o binômio gestante e feto, o que aumenta os desafios na Saúde Pública”, alertou a médica ginecologista, gerente da Geasm, Cleonúsia Vasconcelos.

Na Nota Técnica, a assistência recebeu uma atenção particular das equipes da SES-PE. Além do reforço à necessidade de as pessoas, principalmente as gestantes, procurarem ajuda nas unidades de saúde a partir sintomas sugestivos – febre súbita, mal-estar, dor de cabeça, dor retro-ocular, dor abdominal intensa, manifestações hemorrágicas, entre outros -, foram pontuadas orientações para os profissionais da ponta. Entre elas, avaliar sinais vitais, de hidratação de pele e mucosa; e ausculta pulmonar.

Como os sintomas fisiológicos da gravidez podem mascarar e retardar o diagnóstico de gravidade, os profissionais devem se embasar principalmente pela confirmação laboratorial da doença, com a realização de testes moleculares (RT-PCR). A pessoa com útero grávida, sem quadro de risco, em acompanhamento ambulatorial, deve ser instruída a repousar; reforçar a hidratação; solicitar hemograma de plaquetas para controle basal; e manter monitoramento até 48h de queda da febre. Para gestantes com risco, encaminhar para internamento.

“O fato da Febre Oropouche ser uma doença autolimitada, seus efeitos durante a gravidez não são totalmente compreendidos, o que gera a necessidade de monitoramento cuidadoso e gestão adequada. Os profissionais de saúde devem estar atentos para fazer avaliação clínica, ofertar exames diagnósticos e medicações sintomáticas, além de realizar a notificação compulsória”, conclui Cleonúsia Vasconcelos.

FEBRE DO OROPOUCHE – A Febre do Oropouche é uma doença conhecida no Brasil desde os anos 60, responsável por epidemias no Estado do Pará, na Região Norte do país. É uma arbovirose descrita na literatura como uma doença de evolução benigna, mesmo em casos graves, e é transmitida pelo inseto conhecido como maruim, Culicoides spp, e causadora de quadro semelhante a outras arboviroses. Conta, ainda, como vetor secundário, o pernilongo, também conhecido no Nordeste brasileiro por muriçoca, um culicídeo versátil na transmissão de doenças endêmicas na região. O horário de maior atividade dos vetores é ao entardecer e início da noite.

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