É uma doença viral aguda, também conhecida como papeira, causada pelo paramyxovirus. É caracterizada por febre e aumento de volume de uma ou mais glândulas salivares, geralmente a parótida e, às vezes, glândulas sublinguais ou submandibulares. A transmissão é por via aérea, através de disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. O período de incubação é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias. O período de transmissibilidade varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, até 9 dias após o surgimento dos sintomas. O vírus pode ser encontrado na urina até 14 dias após o início da doença.

A parotidite infecciosa costuma apresentar-se sob a forma de surtos, que acometem mais as crianças, entretanto, a doença é mais severa em adultos. As estações com maior ocorrência de casos são o inverno e a primavera.

Sinais e Sintomas

A principal e mais comum manifestação desta doença é o aumento das glândulas salivares, principalmente a parótida, acometendo também as glândulas sublinguais e submaxilares, acompanhada de febre. Aproximadamente 30% das infecções podem não apresentar hipertrofia aparente dessas glândulas. Cerca de 20 a 30% dos homens adultos acometidos apresentam orquite (inflamação dos testículos). Mulheres acima de 15 anos podem apresentar mastite (aproximadamente 15% dos casos) e 5% daquelas que adquirem a parotidite após a fase puberal podem apresentar ooforite (inflamação no ovário).

Em menores de 5 anos de idade, são comuns sintomas das vias respiratórias. Embora raro, pode haver perda neurosensorial da audição, de início súbito e unilateral. O vírus também tem tropismo pelo Sistema Nervoso Central, observando-se, com certa frequência, meningite asséptica, de curso benigno que, na grande maioria das vezes, não deixa sequelas. Outras complicações são encefalite e pancreatite. Não há relato de óbitos relacionados à parotidite. Sua ocorrência, durante o 1º trimestre da gestação, pode ocasionar aborto espontâneo. É caso suspeito de parotidite infecciosa, paciente com febre e aumento de glândulas salivares, principalmente parótidas.

Medidas de Prevenção e Controle

A principal medida de prevenção é a vacinação que, assim como as infecções aparentes ou inaparentes, conferem imunidade permanente. A imunização de rotina é realizada com a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba) aos 12 meses de idade e a 2ª dose da vacina entre 4 a 6 anos de vida. Conforme o Calendário Nacional de Vacinação, todas as crianças e adolescentes até 19 anos de idade devem ter as duas doses da vacina tríplice viral.

O trabalho de educação em saúde orienta a população quanto às características da parotidite infecciosa e a possibilidade de complicações, assim como buscar assistência médica adequada, quando necessário (orquites, mastites, meningite, encefalite), além de alertar sobre a importância da vacinação em crianças.