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Dia da doença de Alzheimer (21/9): HPS destaca sinais de alerta do transtorno neurodegenerativo

Neurologista do Hospital Pelópidas Silveira ressalta importância da assistência multidisciplinar e reforça que nem todo esquecimento está relacionado à enfermidade 

A quantidade de pessoas com demências no Brasil deve aumentar mais de 200% até 2050. De acordo com estudo publicado na revista científica The Lancet, do Global Burden of Diseases (Carga Global das Doenças), o número deve saltar de 1,8 milhão (2019) para 5,6 milhões, um aumento de 200%. Entre 60% e 70% dos casos são de doença de Alzheimer, que tem o dia mundial de conscientização neste sábado (21/9).   

A doença de Alzheimer é a principal forma de demência neurodegenerativa em idosos. O diagnóstico é feito a partir de exame clínico de médico especialista com apoio de exames laboratoriais e de imagem, como tomografia ou ressonância magnética. A enfermidade é progressiva, irreversível e sem cura, tendo como marcadores a perda de memória, dificuldade para lembrar de palavras e datas, problemas para fazer tarefas corriqueiras e mudanças no comportamento. 

O neurologista Herickssen Medeiros, que atua no Hospital Pelópidas Silveira (HPS), referência em neurologia e cardiologia na rede estadual de saúde, ressalta que é preciso ficar atento aos sinais de alerta da doença, como o esquecimento recorrente de questões que deveriam estar fixadas na mente e a perda de habilidades. “É comum o paciente ter um processo de negação e esconder as alterações. Por isso a importância do olhar das pessoas próximas e de se buscar um especialista. Nós vamos verificar se o paciente está com alguma infecção, se tem alteração nas vitaminas, problemas emocionais, como depressão, insônia. Precisamos descartar diversas patologias antes de fechar o diagnóstico de Alzheimer”, destaca Medeiros. 

O neurologista diz ainda que “o tratamento da doença de Alzheimer vai além de tomar medicamentos. Vamos precisar melhorar a rotina, alimentação, hidratação e estímulos cognitivos do paciente para retardar a velocidade da progressão da doença. Terapias multidisciplinares e comportamentais e o apoio da família são fundamentais nesse processo e para dar qualidade de vida ao paciente”.

Sintomas: O primeiro estágio da doença de Alzheimer traz a perda de memória, mudanças na personalidade e alterações nas habilidades visuais e espaciais. No segundo, o quadro evolui para problemas de fala e coordenação motora. Em seguida, surge dificuldade para comer, incontinência urinária e fecal e aumento do déficit motor. O estágio mais avançado traz dor na deglutição, infecções recorrentes e restrição ao leito. 

Esquecimento: A perda de memória é um dos marcadores da doença de Alzheimer. Mas só isso não é um diagnóstico. O próprio envelhecimento ou a falta de estímulos cerebrais diversificados ao longo da vida também afetam a cognição. 

“A gente vive em uma sociedade extremamente distraída, tanto pela questão das tecnologias como por conta de outras comorbidades, como depressão e ansiedade. Mas o que precisamos ficar atentos é se não estamos armazenando uma informação que precisa ser lembrada de forma repetitiva, prejudicando o dia a dia. Esse pode ser um indicativo para procurar um profissional para avaliar o quadro e conseguir um diagnóstico preciso”, ratifica Herickssen Medeiros.  

O neurologista do HPS pontua, ainda, que quanto mais estímulos cognitivos o indivíduo tiver ao longo da vida, a partir da leitura ou ganho de habilidades diversas, mais redes cerebrais são criadas. Com isso, a progressão da doença será mais lenta. “Quanto menos estímulo, maior a predisposição da doença avançar mais rápido, pois serão menos redes para serem destruídas”, diz o neurologista.  

Perfil: Localizado às margens da BR-232, no bairro do Curado, na zona Oeste do Recife, o Hospital Pelópidas Silveira é o primeiro serviço com perfil exclusivo de neurologia e cardiologia do SUS no Brasil. Desde sua inauguração, em dezembro de 2011, só recebe pacientes regulados em sua emergência. Também possui leitos de UTI, além de ambulatório para egressos. O hospital integra a rede estadual de saúde e está sob gestão da Fundação de Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH).

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