A jornada é a culminância dos projetos das residências de psiquiatria, enfermagem e psicologia, que têm o Hospital como campo de prática, sendo aberta a estudantes da área, além de interessados no tema.
O Hospital Ulysses Pernambucano (HUP) deu início nesta quinta-feira (07/11) à 11ª Jornada de Saúde Mental, com o tema “Criatividade, Cuidado e Saúde Mental: Experiências Clínicas das Residências do HUP”, no auditório da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). O evento tem como foco a criatividade no cuidado em saúde mental, promovendo discussões enriquecedoras sobre práticas inovadoras na área.
A jornada é a culminância dos projetos das residências de psiquiatria, enfermagem e psicologia, que têm o Hospital como campo de prática, sendo aberta a estudantes da área, além de interessados no tema.
“O Hospital Ulysses Pernambucano é um serviço de emergência psiquiátrica inserido na Rede de Urgência e Emergência e na Rede de Atenção Psicossocial de Pernambuco. Desempenha um papel importante na atenção à crise em saúde mental, contando com internação breve. Nós, do HUP, dizemos que somos um ‘termômetro’ da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Hoje, estamos aqui para fortalecer esse cuidado, repensar nossas práticas e aprender a como fazer isso com muita criatividade”, comentou a diretora geral, Moneska Toscano.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de um bilhão de pessoas vivem com algum tipo de transtorno no mundo. Em Pernambuco, o HUP segue como um importante instrumento de saúde pública, sendo o único serviço de emergência psiquiátrica do estado. Segundo Moneska Toscano, a Jornada é um momento de compartilhar conhecimentos e demonstrar tudo o que tem sido feito no trabalho diário do Hospital. Ela destaca a importância da criatividade no processo terapêutico.
“É um momento para as pessoas conhecerem o cuidado multiprofissional amplo. Não é só um medicamento, não é só uma assistência, é um cuidado também através da arte. No Ulysses Pernambucano, utilizamos as expressões artísticas nas paredes, nos papéis, com argilas, mas também com música, dança e o movimento corporal. Com a reativação do Centro de Atividades Terapêuticas, estamos trazendo todas essas intervenções na atenção à crise para os nossos pacientes”, pontuou.
Durante esta quinta, a 11ª Jornada de Saúde Mental, os participantes puderam prestigiar a exposição “Aquilo Que o Olhar Transvê”, do psicólogo e mestrando em Psicologia Práticas e Inovação em Saúde Mental (PRISMAL/UPE), Rafael Coutinho. Ele é também preceptor da residência de psicologia e das atividades práticas de arte e saúde mental da Residência de Psicologia do HUP. A exposição, com curadoria do Coletivo Arte-Intervenção, é composta por 24 fotografias e está dividida em dois grupos: o primeiro retrata o encontro entre os monitores e os usuários do serviço; o segundo grupo apresenta fotografias conceituais, com um jogo de luz e sombra, que busca refletir sobre a objetividade que dá visibilidade ao sujeito.
“Nós entendemos a partir de Nise da Silveira (psiquiatra precursora da relação entre arte e saúde mental Brasil) que o trabalho com arte também possui efeito terapêutico, e é isso que fundamenta o nosso trabalho, para pensá-la como um tratamento para o sofrimento psíquico. Mas também entendemos que a formação dos monitores é uma forma de ampliar e dar continuidade ao trabalho de Nise, porque ela também operou um tratamento no campo social, em relação ao olhar diante das formas particulares de sofrimento”, comentou.
A jornada segue ocorrendo até esta sexta-feira (08/11), com a segunda mesa a partir das 8h, que abordará a singularidade e integralidade dos cuidados em saúde mental. Em seguida, às 9h20, a terceira mesa focará em atendimentos compartilhados e a clínica interdisciplinar. Após o intervalo, a quarta mesa, às 10h45, discutirá o papel da arte e do sonho na saúde mental. À tarde, das 14h às 17h, a quinta mesa tratará de religiosidade e produção literária na saúde mental, seguida pela Conferência de Encerramento, onde será apresentado o Centro de Atividades Terapêuticas (CAT).