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Antes do transplante: CIHDOTT é elo vital para captar órgãos e salvar vidas   

Hospital Pelópidas Silveira conta com cinco enfermeiras na equipe para monitorar casos críticos e auxiliar nos trâmites para efetivar a doação 

Para um paciente em fila de espera por um órgão ou tecido, receber a confirmação de um transplante é motivo de alegria e esperança de uma vida mais saudável. Mas antes desse momento, há um trabalho de bastidores essencial: monitorar casos críticos, acolher famílias, verificar a viabilidade da doação e, quando confirmada a doação, acompanhar os trâmites da captação. Todas essas etapas são monitoradas ou realizadas pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). Em Pernambuco, o Hospital Pelópidas Silveira (HPS), que conta com essa equipe indispensável para tornar possível cada transplante, aproveita o Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado neste sábado (27/9), para dar visibilidade a esse trabalho.   

Na unidade hospitalar, que acolhe casos cardiológicos, neurocirúrgicos e neurológicos, a CIHDOTT segue normas técnicas específicas para acompanhar pacientes com condições neurológicas graves. Todos os pacientes com suspeita de morte encefálica, quando todas as funções do cérebro deixam de funcionar de forma irreversível, são monitorados pela comissão.  

“A primeira missão do hospital é dar o diagnóstico correto e realizar o tratamento adequado. Se confirmada a morte encefálica, é preciso garantir uma morte digna ao paciente. A possível doação de órgãos e tecidos é uma consequência desse processo, e esse tema só será abordado após o falecimento e se houver condições viáveis para a doação”, explica a enfermeira da CIHDOTT do HPS, Sellen Portela. 

Acolhimento familiar – A CIHDOTT, que conta com cinco enfermeiras na equipe, também tem papel fundamental de acolhimento aos familiares dos pacientes com suspeita de morte encefálica. Nessa fase, a equipe explica a gravidade da situação e os procedimentos para confirmar ou descartar a morte cerebral. “Só após a confirmação da morte encefálica informamos aos familiares sobre o direito à doação”, ressalta Sellen. No Brasil, apenas o cônjuge ou familiar de até segundo grau pode autorizar a doação.   

“A morte de um familiar é um momento de dor e sabemos que esse tema pode ser difícil de lidar diante de toda a situação. Por isso a necessidade do acolhimento por uma equipe especializada, capaz de tirar as dúvidas e fornecer os subsídios necessários para que a família tome sua decisão”, acrescenta Sellen.   

Autorização e Central de Transplantes  – Confirmada a autorização familiar, a CIHDOTT realiza uma entrevista detalhada para coletar dados de saúde do potencial doador e envia todas as informações para a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE). É a Central que avalia os dados e confirma se há viabilidade para a doação e quais órgãos ou tecidos podem ser doados. Em caso positivo, a CT-PE identifica na fila de espera os pacientes receptores, considerando critérios técnicos específicos para cada tipo de órgão ou tecido, e programa a captação. Essa etapa é feita por uma equipe especializada, que não está vinculada ao diagnóstico do óbito.   

“A captação é realizada no bloco cirúrgico do HPS pela equipe captadora, formada por cirurgião, anestesista, enfermeiro e técnico de enfermagem, além da CIHDOTT e de profissionais do bloco cirúrgico da instituição. A cirurgia é conduzida com todo o respeito ao doador e, após o procedimento, o corpo é entregue à família para que sejam realizados normalmente os rituais de despedida”, detalha Sellen Portela. 

O que pode ser doado – Em caso de morte encefálica, podem ser doados órgãos sólidos, como coração, fígado, rins e pâncreas, além de tecidos, como córneas. Se o óbito for pela parada cardíaca, a doação se limita às córneas.   

“Além de acompanhar pacientes com condições neurológicas graves, que são os potenciais doadores de órgãos e tecidos, a CIHDOTT sensibiliza os profissionais da unidade para informar sobre pacientes que falecem por parada cardíaca e que podem ser potenciais doadores de córnea. Nessas situações, a Comissão também acolhe os familiares e, a partir da autorização, realiza os trâmites necessários para viabilizar a doação”, explica Sellen.   

Neste ano, de janeiro até o momento, foram captadas 26 córneas, 8 rins e 4 fígados no HPS. Ao todo, a CIHDOTT acompanhou cerca de 200 pacientes neurológicos críticos, resultando em 27 protocolos de morte encefálica. Desses, 4 resultaram em doações múltiplas. 

Papel educativo e cultural da CIHDOTT – Além do acompanhamento direto dos pacientes, a CIHDOTT desempenha um papel importante de educação e sensibilização da equipe hospitalar, incentivando a cultura de doação e garantindo que potenciais doadores sejam identificados de forma correta e rapidamente. Isso contribui para aumentar a efetividade das doações e, consequentemente, salvar mais vidas.  

“O Brasil possui leis e normas técnicas que garantem a ética e a lisura desde a identificação do potencial doador até o transplante. Neste mês de conscientização, precisamos reforçar para que não haja mitos e, cada vez mais, a população discuta, em vida, o tema e informe aos seus familiares o desejo de ser doador”, finaliza a enfermeira do HPS Sellen Portela.

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