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Dia de conscientização de Parkinson (11/4): Hospital Pelópidas Silveira incentiva que tremores não aconteçam em 30% dos casos

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estimativas globais apontam que há mais de 8,5 milhões de pessoas vivendo com Parkinson. Trata-se de uma doença neurológica progressiva e crônica que afeta os movimentos do corpo, além de outros sintomas não motores, afetando, principalmente, a população a partir dos 60 anos. Apesar de não ter cura, há tratamento para controle dos sintomas do paciente.

Para lembrar o dia mundial de conscientização da doença, nesta sexta-feira (11/4), o Hospital Pelópidas Silveira (HPS), referência em neurologia do Estado e que acompanha pacientes com essa patologia, lembra da importância do diagnóstico precoce e dos recursos terapêuticos multiprofissionais para a qualidade de vida do parkinsoniano.

A neurologista Miriam Carvalho, que atua no HPS, explica que a doença é provocada pelo acúmulo patológico de uma proteína no cérebro. Esse problema causa morte celular e reduz a quantidade de dopamina, um neurotransmissor, na região. É exatamente a redução dessa substância química que afeta os movimentos do indivíduo.

Os principais sintomas da doença de Parkinson envolvem comprometimento muscular, lentidão nos movimentos, desequilíbrio. Os tremores, característicos dessa enfermidade, não afetam todos os pacientes. Segundo Miriam, cerca de 30% dos pacientes não apresentam essa manifestação. O especialista ainda reforça a presença de outros sintomas não-motores, como constipação, problemas de sono, diminuição do olfato e tendência à depressão.

O diagnóstico de Parkinson é clínico, ou seja, baseado na história clínica e no exame físico. Exames, como ressonância magnética, podem auxiliar no diagnóstico diferencial com outras doenças. O tratamento objetivo relata a dopamina no organismo, com medicamentos disponíveis no SUS, tanto na Farmácia Popular quanto na farmácia de medicamentos especializados e de alto custo.

“Hoje, consideramos que tratar melhor nosso paciente, reabilitar e medicá-lo precocemente o faz conviver com a doença mais tempo e ter melhoria na qualidade de vida”, frisa a neurologista Miriam Carvalho, especialista na doença e em distúrbios do movimento.

Além do acompanhamento médico e uso de medicamentos, o trabalho de reabilitação da equipe multiprofissional, com fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, irá ajudar na qualidade de vida. “O paciente parkinsoniano precisa estar ativo, físico e mentalmente. Para que ele se mantenha mais tempo funcional, a reabilitação tem um papel primordial”, pontua Miriam.

Em alguns casos, ainda pode ser indicado um procedimento cirúrgico para implante de um dispositivo no cérebro – cirurgia de DBS (estimulação cerebral profunda). “Essa não é uma estratégia de primeira opção, mas é possível ser realizada no SUS a partir de um encaminhamento adequado”, destaca o neurologista. Frisa-se que a cirurgia não traz a cura, mas também auxilia no controle dos sintomas.

Prevenção: A doença de Parkinson é provocada pela interação do DNA do indivíduo com diversos fatores externos ao longo da vida, como exposição a pesticidas, herbicidas, solventes e outras substâncias químicas. Apenas entre 5% e 10% dos casos ocorrem por fatores geneticamente isolados.

A neurologista Miriam Carvalho explica que alguns fatores ajudam na proteção contra a doença. O principal deles é a atividade física. Uma dieta rica em compostos naturais, propriedades com antioxidantes e antiinflamatórios também ajuda: feijão, soja, frutas, vegetais, peixe, azeite, fibras. “O café, de forma moderada, também tem um fator protetor contra o risco de desenvolvimento da doença”, revela.

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