De acordo com a Federação Mundial de Neurologia, 90% dos acidentes vasculares cerebrais (AVC), 40% dos casos de demência e 25% das epilepsias podem ser evitados a partir de práticas saudáveis, detecção precoce dos casos ou manejo adequado do paciente por um especialista. Para chamar a atenção para a saúde do cérebro, o instituto promove, na próxima segunda-feira (22/7), o Dia Mundial do Cérebro, que neste ano tem como mote a prevenção contra condições neurológicas. O Hospital Pelópidas Silveira (HPS), única unidade do SUS em Pernambuco voltada exclusivamente para os casos de neurologia e cardiologia, adere à data e traz dicas de como manter o órgão saudável.
“Há vários fatores relacionados ao surgimento de problemas neurológicos. Alguns não há como mudar, a exemplo de condições hereditárias ou genéticas. Outros são imprevisíveis, como relacionados a trauma ou vírus, por exemplo. Mas, no geral, a adoção de hábitos saudáveis ao longo da vida contribuem para a saúde desse órgão tão complexo e essencial”, afirma o neurologista Fernando Travassos, que integra a equipe do Hospital Pelópidas Silveira, localizado no Recife.
O sono é essencial para a saúde do cérebro. Em média, um adulto precisa dormir cerca de 7 horas para eliminar resíduos metabólicos – substâncias que não podem ser utilizadas pelo organismo. Isso vai auxiliar na memória e também manterá o indivíduo mais focado para as atividades e tomada de decisões no dia a dia.
Já os exercícios ajudam a manter as habilidades cognitivas (memória, atenção, raciocínio), que normalmente diminuem com a idade. Quebra-cabeça, xadrez, sudoku e palavras cruzadas são algumas das atividades indicadas para fortalecimento do cérebro.
“Assim como os exercícios mentais, esportes também atuam na prevenção de problemas cerebrais. Atividades físicas auxiliam a diminuir a pressão arterial, ajudam no bombeamento de sangue nos níveis necessários para o cérebro e evitam doenças vasculares que podem levar a um derrame”, enfatiza Travassos.
Uma dieta balanceada vai ser importante para o bem-estar de todo o corpo, inclusive o cérebro. A má nutrição na infância, por exemplo, afeta o desenvolvimento cerebral e o aprendizado ao longo da vida. Já uma alimentação rica em ultraprocessados, açúcares, sal e gorduras promovem inflamações pelo corpo e aumentam o risco de doenças vasculares que levam ao derrame.
Tabagismo também é um agravante para a saúde do cérebro. O ato de fumar compromete a circulação sanguínea cerebral e pode elevar a pressão arterial, aumentando o risco de derrame e aneurisma.
“Manter a saúde do cérebro é sinônimo de conseguir se comunicar, tomar decisões, ter independência e manter uma vida ativa e produtiva. Cada vez mais, a população tem uma maior longevidade e, para aproveitar bem esse aumento na expectativa de vida, precisamos estar com o cérebro e corpo saudáveis”, frisa o neurologista.
