Profissionais discutiram como a discriminação contribui para o adoecimento da população negra
Profissionais do Hospital da Restauração (HR) Gov. Paulo Guerra participaram de uma roda de diálogo, nesta quinta-feira (27/03), sobre racismo. A atividade, em alusão ao Dia Internacional contra a Discriminação Racial, foi promovida pelo Núcleo de Educação Permanente (NEP) e teve como facilitadora a enfermeira Maria do Rosário Trindade dos Santos, militante da causa negra.
Numa sala de aula do Centro de Estudos do hospital, o grupo, formado por profissionais de Enfermagem, Psicologia e de Assistência Social, discutiu assuntos que envolvem racismo e saúde, entre eles como a discriminação atinge diretamente a saúde da população negra – tanto os profissionais como os pacientes. Para a enfermeira Maria do Rosário, o racismo gera condições de adoecimento para a população negra.
“Isso se dá quando a população negra não é assistida pelo poder público, como deveria ser, porque faltam materiais nas unidades básicas de saúde, porque faltam profissionais, como médicos e agentes de saúde para cobrir a área onde aquela população está e tomar conta das comorbidades específicas”, explicou Maria do Rosário, que é especialista em Saúde da Família e integrante da Articulação Nacional da Enfermagem Negra.
Ela também destacou a importância do quesito raça/cor dentro dos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), que se tornou obrigatório desde 2017. “Esses dados, de autodeclaração, ajudam na criação das políticas públicas para a população negra. Mesmo a gente sabendo que a população negra ainda tem dificuldades para acessar o SUS, que também é uma consequência da discriminação”, disse.
Em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) conta, desde 2012, com a Coordenação de Atenção à Saúde da População Negra (CASPN), com o objetivo de implantar e implementar as Políticas de Saúde da População Negra e de Doença Falciforme em Pernambuco.
