O teste do pezinho deve ser feito em todo recém-nascido entre o 3º e 5º dia de vida e detecta quatro doenças. Entre as enfermidades triadas, está a doença falciforme, que tem esta sexta (19/06) como seu dia mundial de conscientização. Entre 2001 e 2014, 489 crianças foram diagnosticadas com esse problema de saúde. O diagnóstico precoce e o tratamento possibilitam o desenvolvimento normal dos meninos e meninas. 
 
De acordo com a Coordenação de Atenção à Saúde da População Negra da Secretaria Estadual de Saúde (SES), a doença falciforme, que é hereditária, acomete entre 0,03% e 0,05% da população, e, em Pernambuco, acomete 1 para cada 1,4 mil nascidas vivas. Como em Pernambuco 62% dos cidadãos são pardos ou pretos, é maior a incidência da enfermidade nesse grupo populacional. 
 
A doença é caracterizada por uma alteração nas células vermelhas do sangue, provocando comprometimento na circulação sanguínea. Entre os problemas que isso provoca, listam-se AVC e infecções (respiratória, urinária). “Com o diagnóstico precoce, evitamos mortes provocadas pela doença e garantimos o acesso da criança ao tratamento logo nos primeiros meses de vida. Por meio da medicação, ela terá uma vida normal e saudável”, afirma a coordenadora de Atenção à Saúde da População Negra da SES, Miranete Arruda. Em Pernambuco, o Hemope é a unidade de referência para esse tipo de acompanhamento.
 
Além do diagnóstico em crianças, também é possível descobrir a doença em crianças e adultos que não tiveram a chance do diagnóstico precoce (teste do pezinho). “Quando há o diagnóstico em alguma criança, já que a doença é hereditária, é preciso saber se os pais e irmãos possuem a enfermidade”, ressalta Miranete. 
 
TRAÇO FALCIFORME – Além da doença falciforme, há pessoas que recebem de um dos pais apenas um gene da enfermidade, não desenvolvendo, nesse caso, a doença. Estima-se que entre 3% a 6% da população apresente o traço falciforme. 
 
“Precisamos garantir a triagem neonatal e os cuidados aos recém-nascidos com a doença falciforme; aos adolescentes, adultos e gestantes com a doença; além de orientação e aconselhamento genético às pessoas com traço falciforme”, reforça Miranete Arruda. 
 
DADOS – A doença falciforme é a enfermidade genética mais frequente no mundo, presente em vários continentes: na África, na Ásia (Oriente Médio, Península Arábica, Índia) na América do Norte (USA) na América Central na América do Sul (Brasil, Suriname, Guiana) e no Sul da Europa. Estima-se que nasçam a cada ano 300 mil crianças com a doença falciforme, e que 50% delas morrerão antes dos cinco anos. Transcontinental, trans étnica, afeta as populações negras de origem africana, as populações árabes, indianas e caucasianas do Sul da Europa. 
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