Estruturada para desenvolver o cuidado de crianças e adolescentes com a experiência do sofrimento psíquico e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, a Rede de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (RAPS) será tema da primeira Jornada Pernambucana e do primeiro Seminário de CAPSi: Autismos na RAPS. A Política Nacional Infantojuvenil, o cenário atual da RAPSij do Estado de Pernambuco estão entre as questões a serem discutidas, além de assuntos importantes como  os riscos e cuidados com a medicação infantil. Os eventos serão promovidos pela Secretaria de Saúde do Estado (SES), em parceria com a Secretaria Municipal de Recife, entre os dias 2 e 4 de dezembro, no Recife, na Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire). A abertura será nesta quarta-feira (2/12), às 17h30. A conferência de abertura ocorre a partir das 18h30.
 
Na I Jornada Pernambucana da RAPS Infantojuvenil serão tratados temas que envolvem a prática do cuidado à infância e adolescência, impasses e desafios: crise, diagnóstico, medicalização, álcool e drogas, judicialização, privação de liberdade no socioeducativo, inclusão e vulnerabilidades. Já o I Seminário de CAPSi: Autismos na RAPS, trará as experiências da Rede de Atenção Psicossocial no cuidado aos autistas e suas famílias, com a participação efetiva de todos os CAPSis e CAPSI do Estado, pautando discussões clínicas e intersetoriais importantes. Contará com a presença de jovens em tratamento e familiares nas mesas de debate.
 
A Gerência de Atenção à Saúde Mental, sob a responsabilidade da Coordenação de Saúde Mental Infantojuvenil, vem realizando desde setembro de 2014, o Fórum Estadual de Saúde Mental Infantojuvenil, com a participação efetiva dos municípios (trabalhadores e gestores da RAPS) e de atores intersetoriais das várias Secretarias do Estado. "A proposta dos eventos foi fruto de muito trabalho e desejo do referido coletivo, que se pauta na defesa do SUS e na consolidação do modelo do cuidado em liberdade, enquanto política pública para o Estado e Municípios", comenta o coordenador de Saúde Mental da SES, João Marcelo Costa.
 
“O destaque aos CAPSis (Centros de Atenção Psicossocial infantojuvenis) no evento, vem do reconhecimento da potência e da referência que estes equipamentos possuem na RAPS, por direcionar sua atuação para a garantia de direitos e colocar na pauta das políticas públicas, de modo transversal, crianças e adolescentes como prioridade absoluta. O princípio da prioridade absoluta estabelece a responsabilidade e o compartilhamento do cuidado por todos os pontos de atenção da rede psicossocial que, para crianças e adolescentes é intersetorial por fundamento. Esta direção, entretanto, ainda se constitui um desafio a ser alcançado, exigindo de todos o esforço de transformá-la em realidade”, diz a coordenadora de Saúde Mental Infantojuvenil da SES, Valdiza Soares.
 
“Entendemos que a criação e capilarização dos CAPS Infantojuvenis são marcos importante no cenário nacional, estadual e municipal, decisivos na construção de novas maneiras de produzir cuidado. A atenção psicossocial para crianças e adolescentes é uma ação política e clínica inovadora que pressupõe a superação de práticas tradicionais de atendimento e exige a constituição de novos paradigmas. Processo que trará diversos impasses e desafios, e consequentemente, necessitará de diferentes estratégias de participação, diálogo, debate e construção de consensos, que incluam os diversos atores envolvidos no cuidado e, em principal, os usuários, familiares e comunidade”, diz Valdiza. O encontro com profissionais da RAPS e demais atores intersetoriais pretende colocar em pauta a Política de Saúde Mental para a infância e juventude, ampliando o debate do compartilhamento de ações entre todos os pontos de atenção do território.
 
Dados - Pernambuco conta com 130 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e cerca de 80 residências terapêuticas. "É inegável que houve um avanço muito positivo nessa reversão do modelo que exclui a figura do hospital psiquiátrico para o sujeito ser cuidado dentro da sua própria rede local, territorial e perto da família", afirma João Marcelo Costa.