Pernambuco já começou a receber os novos medicamentos adquiridos pelo Brasil no exterior para o tratamento da hepatite C. São três novas drogas que irão beneficiar, inicialmente, 409 pacientes no Estado. O novo tratamento dobra as chances de cura em relação à terapia convencional, além de ter menos efeitos colaterais.
 
Para marcar esse avanço na saúde pública, o secretário estadual de Saúde, Iran Costa, visitará o Instituto do Fígado de Pernambuco (R. Arnóbio Marquês, 282 - Santo Amaro – Recife/PE), onde será feita a entrega do medicamento a pacientes. O evento ocorre nesta quinta-feira (17/12), às 8h, e contará com a presença da presidente do Instituto, Leila Beltrão.
 
 
O Instituto do Fígado existe há dez anos e é uma associação privada sem fins lucrativos. Ele atua na pesquisa, prevenção e tratamento das doenças do aparelho digestivo, principalmente as hepáticas. O local, que possui estrutura para o diagnóstico e tratamento de pacientes portadores de doenças do fígado, atende exclusivamente pelo SUS.
 
NOVIDADE – Os novos medicamentos, sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir, são fabricados no Canadá, Estados Unidos e Holanda e foram adquiridos pelo Ministério da Saúde. Eles serão disponibilizados aos pacientes pela Farmácia de Pernambuco, programa de medicamentos excepcionais e de alto custo do Governo de Pernambuco.
 
As medicações vão beneficiar pacientes que não podiam receber os tratamentos ofertados anteriormente - entre eles, os portadores de coinfecção com o HIV e cirrose descompensada, pré e pós-transplantados e pacientes com má resposta à terapia com interferon, ou que não se curaram com terapia prévia.
 
 
De acordo com o Ministério da Saúde, os novos medicamentos dobram as chances de cura da hepatite em relação ao tratamento até agora aplicado, que incluía a injeção de remédios com efeito colateral. No modelo convencional, as chances de cura variam de 40% a 47%, após tratamento realizado entre 48 e 52 semanas. Já a nova terapia, via oral, tem um período de cura entre 12 e 24 semanas.
 
A hepatite C é causa pelo vírus VHC e prioritariamente transmitida pelo contato com sangue contaminado, vias sexuais e transmissão vertical (da mãe para o bebê durante a gravidez ou na hora do parto), além do compartilhamento de seringas, agulhas ou de instrumentos para manicure, pedicure, tatuagem e colocação de piercing. A tendência é que o paciente desenvolva a forma crônica da doença, que provoca lesões graves no fígado, podendo levar a complicações como cirrose, câncer no fígado e insuficiência hepática.
 
DADOS
 
Em 2013, foram confirmados 385 casos de hepatite C em Pernambuco. Em 2014 foram 387. Neste ano, já são 112 confirmados e 129 em investigação.
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