Neste mês de março, as Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (UPAEs) de Afogados da Ingazeira e Serra Talhada, ambas no Sertão do Estado, passaram a realizar procedimentos para colocação do dispositivo intrauterino (DIU) hormonal em mulheres consideradas em idade fértil e que atendam as condições clínicas para o procedimento. As unidades passam a fazer parte dos de serviços de saúde especializados que realizam este tipo de procedimento, presentes em todas as macrorregiões do Estado.

Considerado um método anticoncepcional reversível e de longa duração, o DIU pode ser utilizado por mulheres que, embora em idade fértil, não desejem engravidar naquele momento e também para aquelas que já têm filhos e que não pensam em uma nova gravidez de forma imediata.

“Para as mulheres que possuem o dispositivo, a ovulação continua ocorrendo normalmente, mas a presença dele impede que o espermatozoide suba até o óvulo, quando normalmente acontece a fecundação, impedindo assim a gravidez não programada”, explica a médica e gerente de Atenção à Saúde da Mulher, Cleonúsia Vasconcelos. A profissional ainda reforça que o dispositivo intrauterino, do tipo Mirena, é inserido em um procedimento simples e rápido, além disso, pode ser deixado no local durante 5 anos ou até que a mulher deseje removê-lo.

As mulheres que tenham interesse na colocação do DIU hormonal e que se enquadrem em uma ou mais indicações clínicas precisam procurar um serviço da atenção primária, como posto de saúde e unidade de saúde da família, para encaminhamento via regulação ambulatorial através da Central de Marcação de Consultas e Exames (CMCE) de acordo com a referência de sua macrorregião, que agora passam a incluir as duas UPAEs localizadas no Sertão. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) oferta os dispositivos diretamente para os serviços capacitados e autorizados a realizar os procedimentos de inserção.

A gerente de Atenção à Saúde da Mulher do Estado ainda reforça o benefício para as mulheres que sofrem de alguma patologia. “Estudos indicam que mulheres em idade fértil, ou seja, aquelas até os 49 anos de idade, com patologias como a endometriose, o mioma uterino sintomático, menorragia e metrorragia idiopáticas/sangramento uterino anormal (SUA), hiperplasias endometriais, pós-cirurgia bariátrica, portadoras de anemia falciforme, lúpus e trombofilias podem ser beneficiadas com o uso do dispositivo”. A gestora reforça que mulheres com câncer de mama, de colo uterino e com relato de tromboembolismo em um período menor que seis meses não podem fazer uso do DIU.

UNIDADES – Entre as unidades sob gestão estadual que ofertam a inserção do dispositivo intrauterino (DIU) estão os hospitais Agamenon Magalhães (Recife), Jesus Nazareno (Caruaru) e Dom Malan (Petrolina), além das UPAEs de Afogados da Ingazeira e Serra Talhada. Esses serviços têm seus encaminhamentos realizados via regulação ambulatorial através da Central de Marcação de Consultas e Exames (CMCE).

O ambulatório de planejamento familiar do Hospital das Clínicas e o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros também oferta este tipo de atendimento. Essas unidades possuem fluxos próprios de atendimento.