A partir da próxima segunda-feira (08/08) iniciam-se as campanhas nacionais de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação de menores de 15 anos de idade. Em Pernambuco, o cenário das coberturas vacinais para as principais vacinas presentes no calendário de rotina dos postos de saúde ainda preocupa. A imunização contra a poliomielite (55,97%), tríplice viral (64,02% D1 e 37,30% para D2), hepatites A e B (52,08% e 59,05%) e rotavírus (55,26%) são algumas das coberturas que estão bem abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 90%, para considerar um grupo populacional com margem de proteção para as doenças consideradas imunopreviníveis.

Mais de 2,4 mil salas de vacinação no Estado estarão mobilizadas para receber mães, pais e responsáveis pelas crianças e adolescentes para atualização da situação vacinal, de 8 de agosto a 9 de setembro, com o ‘Dia D’ de mobilização nacional em 20 de agosto. O Programa Nacional de Imunização (PNI-PE) já encaminhou para os municípios pernambucanos cerca de 2 milhões de doses de vacinas para a realização das duas campanhas.

Em Pernambuco, 667.338 crianças com até 4 anos de idade estão aptas a receber a vacina de proteção contra a poliomielite. Para a doença, a vacinação acontece de forma indiscriminada na faixa etária de 1 a 4 anos. Já na estratégia de multivacinação, a população-alvo será as crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade (14 anos 11 meses e 29 dias), não vacinados ou com esquemas vacinais incompletos, de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação. As vacinas presentes no calendário nacional podem ser administradas de maneira simultânea ou com qualquer intervalo após a aplicação da vacina contra a Covid-19, na população a partir de três anos de idade.

A cobertura vacinal dos últimos anos para poliomielite tem preocupado os gestores de saúde. Quando se considera as crianças menores de 1 ano de idade, Pernambuco tem observado queda expressiva nesses indicadores. Desde o ano de 2019, a taxa de cobertura vacinal começou a ficar abaixo dos 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS), com 85,6%. Nos anos posteriores esse índice continuou a cair: 71,7% em 2020 e 67% em 2021.

Atualmente, existem dois países endêmicos para poliomielite, Paquistão e Afeganistão. Desde novembro de 2021, foram identificados dois casos do poliovírus selvagem (PVS), um no Malawi e outro em Moçambique, áreas que até então eram consideradas livres da circulação do vírus, demonstrando que não devemos baixar a guarda quando o assunto é vacinação. Todos os países possuem risco de reintrodução de doenças, como é o caso do sarampo no Brasil.

O Brasil não detecta casos de poliomielite desde 1990, relembra a superintendente, e em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a Certificação de área livre de circulação do PVS.