Todas as frentes de atendimento da rede pública estadual já estão estruturadas para receber pacientes suspeitos da varíola causada pelo vírus monkeypox. As 15 Unidades de Pronto Atendimento 24h (UPAs), que já atuam como referência na rede de urgência e emergência; assim como as 12 Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (UPAEs), que disponibilizam consultas médicas ambulatoriais no Interior do Estado; além de todos os Hospitais Regionais e as grandes emergências estão aptas a acolher os pacientes e realizar, na própria unidade de saúde, a coleta de material biológico das lesões cutâneas, nos casos enquadrados como suspeitos da monkeypox.

Para isso, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) realiza, nesta semana, a distribuição de 3 mil kits para coleta de material biológico para todas as unidades da rede estadual. Além do quantitativo encaminhado, os kits podem ser solicitados diretamente pelos serviços de saúde, inclusive os municipais, mediante preenchimento de formulário e conforme a necessidade.

"Na semana passada, anunciamos que Pernambuco iniciou o processamento de amostras pelo Lacen-PE com o objetivo de ampliar a capacidade de resposta e reduzir o tempo de espera pelos resultados. Com essa descentralização e a análise podendo ser feita aqui no Estado, teremos condições de aumentar a quantidade do envio de amostras diretamente para nosso Laboratório Central. Por isso, realizamos a entrega dos kits de coleta (que contém swab e tubo seco) para todos os equipamentos da rede estadual, com capacidade de entrega também para a rede municipal. Sendo assim, os pacientes poderão ser atendidos, avaliados e, caso se enquadrem como casos suspeitos, já pode ser realizada a coleta do material das lesões de pele e enviadas diretamente para o Lacen-PE, já que a confirmação do vírus da monkeypox só ocorre laboratorialmente por teste molecular", afirma o secretário estadual de Saúde, André Longo.

Atualmente, todos os serviços de saúde devem realizar a notificação compulsória e imediata (em até 24 horas) dos casos suspeitos e/ou confirmados de monkeypox. Em caso suspeito da doença, as vigilâncias municipais devem realizar o rastreamento de contatos. O Estado de Pernambuco já possui um Plano de Resposta de Saúde Pública aos casos de Monkeypox com o objetivo de minimizar o impacto provocado pela introdução do vírus no território estadual. Também continua instrumentalizando os gestores municipais a fim de garantir uma resposta adequada à doença com envio de notas técnicas e constante atualização das Diretrizes de Vigilância e Diagnóstico.

"Considerando o atual cenário epidemiológico da doença, onde já foi constatada a transmissão comunitária, nosso objetivo é proporcionar o acesso ao diagnóstico em todas as unidades que são porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e garantir o suporte assistencial da monkeypox na rede estadual. No entanto, também reforçamos a importância dos municípios participarem ativamente do enfrentamento à monkeypox e criarem suas próprias estratégias para descentralizar a coleta de exames. Pelo fato da maioria dos casos apresentar manifestação clínica leve e a doença evoluir, geralmente, de forma benigna, os pacientes são atendidos, prioritariamente, nos ambulatórios municipais, nos postos de saúde e nas policlínicas. Dessa forma, é crucial que a coleta seja realizada também na Atenção Primária seja em locais específicos para isso ou mesmo por meio da vigilância epidemiológica de cada município. O importante é garantir a qualquer pessoa que apresente os sintomas a possibilidade de ser examinada pelo médico e o acesso à coleta do material para ser analisado pelo Lacen-PE", afirma a secretária executiva de Vigilância em Saúde, Patrícia Ismael.

CUIDADOS - Como ainda não há vacina para a doença é importante que a população mantenha alguns cuidados já que a transmissão da monkeypox ocorre por contato direto pessoa a pessoa (pele, secreções) e exposição a gotículas e outras secreções respiratórias. A transmissão pode se dar também por meio de objetos recentemente contaminados, como roupas de camas e toalhas. O período de transmissão começa com o aparecimento dos sintomas e se encerra quando as crostas das lesões desaparecem. Caso ocorra o aparecimento de lesões é preciso procurar um serviço de saúde na sua cidade, manter o isolamento e seguir todas as recomendações médicas, a fim de evitar a transmissão e propagação do vírus.

BOLETIM - Até esta terça-feira (20/09), o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs-PE) contabiliza 885 notificações, sendo 111 casos confirmados, 278 casos descartados e 496 casos que estão em investigação, sendo estes subdivididos em casos suspeitos (444) e casos prováveis (52), conforme classificação definida pelo Ministério da Saúde (MS).

Do total das notificações, 111 pacientes tiveram confirmação laboratorial para a monkeypox. As faixas etárias são: 0 a 9 (6), 10 a 19 (10), 20 a 29 (36), 30 a 39 (34) e 40 a 49 (16), 50 a 59 (3) e 60 e mais (6). Sendo 89 do sexo masculino e 22 do sexo feminino. Dos casos confirmados, todos estão em isolamento domiciliar. 

Do total de 496 casos que ainda estão em investigação, 444 são considerados casos suspeitos, quando os pacientes apresentam início súbito de lesão em mucosas e/ou erupção cutânea aguda sugestiva de Monkeypox. Destes 246 são do sexo masculino e 198 do sexo feminino. As faixas etárias são: 0-9 (67), 10-19 (90), 20-29 (97), 30-39 (84), 40-49 (50), 50-59 (35), 60 e mais (21).

Com relação aos casos prováveis, que também estão em investigação, foram registrados 52 casos, quando os pacientes se enquadram como suspeitos e além da lesão cutânea apresentam outros critérios como exposição próxima e prolongada com caso provável ou confirmado de Monkeypox. Destes, 38 são do sexo masculino e 14 são do sexo feminino. As faixas etárias são: 0-9 (5), 10-19 (8), 20-29 (15), 30-39 (9), 40-49 (13), 50-59 (1), 60 e mais (1). Outros 255 casos foram descartados.