O ano de 2023 foi cercado de desafios para a Central de Transplantes de Pernambuco, muitos dos quais um reflexo da pandemia da Covid-19. Com atuação resolutiva, o órgão ligado à Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) reduziu realidades desfavoráveis, diminuindo o número de negativa familiar e aumentando as cirurgias de transplantes, em Pernambuco. Finalizado o ano passado, a Central registrou uma variação positiva de 11,3% de transplantes de órgãos e tecidos em comparação a 2022, totalizando 1.531 procedimentos realizados. Com 3.180 pessoas na lista de espera, a expectativa é chegar a índices mais favoráveis em 2024, reforçando as iniciativas que deram certo e implementando novos pontos de ação.

A negativa familiar para a doação de órgãos, em 2023, chegou a quase 60%. Para incentivar o "sim" num momento tão difícil para os familiares, a Central de Transplantes investiu na capacitação dos profissionais de saúde, com a oferta de cursos sobre o diagnóstico de morte encefálica e de comunicação de notícias críticas para o acolhimento dos entes queridos dos doadores em potencial.

Em 2024, além de seguir o fluxo das qualificações nessas habilitações, a Central de Transplantes vai resgatar a política de "córnea zero" para reduzir, a curto prazo, a lista de espera por este tecido e, posteriormente, recuperar o status que o Estado tinha no período pré-pandêmico.

Nos dias atuais, 1.286 esperam por uma córnea, em Pernambuco. "O nosso desafio continua para reduzir mais a taxa de negativa familiar e as condições de manutenção desses potenciais doadores, evitando as contraindicações médicas numa escala maior. É muito importante, ainda, não só reduzir essas listas como recuperar o status do córnea zero. Estamos otimistas pelos avanços alcançados em 2023.", afirmou a coordenadora da Central de Transplantes, Melissa Moura.

O resultado de 2023 é uma retomada significativa após a queda nos transplantes registrada nos anos pandêmicos, observada por meio da avaliação do índice PMP (por milhão de população). Para entender a comparação, o PMP de Pernambuco em 2019, antes do início da pandemia de Covid-19,  foi de 19,5pmp. Ano passado, a Central registrou no Estado 14pmp.

"As contraindicações são um alvo que vamos continuar trabalhando forte junto aos profissionais de saúde dos grandes hospitais notificadores do estado, dando suporte para a manutenção dos potenciais doadores, objetivando órgãos mais viáveis para o transplante. E, assim, vamos seguir em 2024 em busca do aumento do PMP do Estado, até atingir os níveis que apresentamos antes da pandemia da Covid-19", conclui Melissa Moura.