A partir de hoje, não mais será permitido o acesso de membros de entidades religiosas no HR, durante o horário normal de visitas. Após discutir as mudanças nos serviços de apoio religioso com representantes dos mais diversos credos, foram estabelecidas normas que passaram a vigorar no mês de abril.

O processo começou a ser preparado desde o início do ano. No dia 23 de fevereiro, representantes da Diretoria e do Serviço Social do HR promoveram uma reunião que contou com a presença de representantes da Igreja Presbiteriana, da Assembleia de Deus, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, da Igreja Episcopal Carismática, da Igreja Batista e do Candomblé. Na época, o pastor Jefferson Rodrigues, da Assembleia de Deus, avaliou positivamente a iniciativa: “o espaço para nós foi ampliado e poderemos trabalhar melhor”, disse ele. Já o pai de santo Luiz Justino, que dirige o terreiro Ilê Axé Obá Xangô, declarou que irá utilizar a oportunidade para diminuir o preconceito que existe contra as religiões afro e trazer conforto para os praticantes de sua fé. “Esperamos poder atuar de uma maneira correta, com respeito entre os diversos tipos de crença”, afirmou.

Algumas das medidas estabelecidas foram o cadastramento prévio dos religiosos, o estabelecimento de um limite diário de dois representantes por congregação e o acesso ao hospital em horários diferentes dos tradicionais horários de visita, especialmente aos domingos, evitando aglomeração e tumulto. O acesso ao HR deve acontecer diariamente, entre as 17h e as 19h, sendo liberados apenas os representantes previamente cadastrados, que devem estar atentos para que sua atuação seja feita de forma tranqüila, a fim de não prejudicar os pacientes que estão em recuperação.

“Esperamos que as novas regras sejam aceitas por todos, pois entendemos que o apoio religioso bem conduzido pode ser extremamente benéfico aos pacientes e se tornar mais um serviço profissional prestado à população”, avalia o assessor técnico da Gerência Médica do HR, Hélio Calábria, que está coordenando o processo.

Embora na instituição já funcionasse uma experiência muito bem sucedida, por meio da ação da Capelania Evangélica, que há 16 anos atua no HR, outras igrejas vinham freqüentando o espaço de maneira desorganizada, o que por vezes causava transtornos, especialmente nos dias de domingo, quando o fluxo de visitantes costuma ser superior a três mil pessoas.

Qualquer membro de congregação religiosa que deseje participar de forma voluntária no HR deverá procurar a instituição, cadastrar-se e obedecer às normas de conduta estabelecidas pelo hospital. No final de abril, uma nova reunião já está marcada, para avaliar o processo de adaptação ao novo serviço.