Uma pesquisa realizada no Hospital Barão de Lucena (HBL) recebeu o certificado de melhor trabalho dente os apresentados durante o III Congresso de Ciências Farmacêuticas de Ouro Preto (III CONCIFOP). O estudo avaliou o impacto da unitarização na economia de medicamentos hospitalares no SUS. O mérito foi concedido ao final do evento, no dia 1º de abril.

A unitarização consiste em administrar exatamente a quantidade de medicamento prescrita pelo médico. A manipulação é feita pela equipe da farmácia do HBL, que separa a dose solicitada, sem desperdiçar o restante da embalagem. O material que sobra é acondicionado de acordo com as orientações e prazo de validade informados pelo fabricante, entre 24 e 48 horas, e pode ser usado por outro paciente. “Há quase sete anos essa medida é aplicada no setor de oncologia do HBL, que trabalha com medicamentos de alto custo. Isso nos permite reaproveitar essas sobras”, destacou a chefe do setor de Farmácia da unidade, Eliane de Sousa.

Economia de até 10%
O estudo foi realizado com a análise das fichas dos pacientes de oncologia do último trimestre de 2010. A equipe estimou os gastos com os antineoplásicos gencitabina e ciclofosfamida, tanto com o emprego da unitarização quanto sem essa prática. Diferenças significativas foram identificadas quanto ao desperdício desses medicamentos, usados no combate ao câncer.

A não aplicação da unitarização gera um desperdício de 11% de ciclofosfamida e de 4,2% de gencitabina. Mas, quando a medida é implantada, esse índice cai para 0,9% e 0,8%, respectivamente. Uma economia de 10,1% de ciclofosfamida e 3,4% de gencitabina. A equipe concluiu que a adoção dessa prática pode evitar gastos desnecessários, principalmente se sua aplicação for estendida aos demais medicamentos da unidade.