José Willas Alves, de 19 anos, é aluno da Escola de Referência do Ensino Médio Regina Pacis, do município de Palmeirina, no Agreste pernambucano. Entre as matérias que estuda, ele diz ter preferência por História. Mas vinha enfrentando dificuldades para acompanhar o dia a dia em sala de aula. José Willas sofre de miopia e astigmatismo.

Os problemas de visão ele descobriu durante o mutirão que vem sendo realizado desde segunda-feira (12.06), no ginásio da AGA, em Garanhuns, para oferecer consultas oftalmológicas, exames complementares e óculos grátis, a alunos de escolas das redes estadual e municipal dos 21 municípios da área de abrangência da V Gerência Regional de Saúde (Geres).

“Espero que agora, com os óculos, a situação possa melhorar. Antes estava difícil ler o que tinha no quadro negro”, lembra José Willas. Quem também vai voltar para casa usando lentes corretivas é Janay Pereira de Araújo, de 15 anos, que está no 1º ano do ensino médio na mesma escola de Willas. Ela sofre de astigmatismo.

A ação das secretarias estaduais de Saúde e de Educação, em parceria com a Fundação Altino Ventura e a ONG Onesigth segue até o dia 23, com uma previsão de cinco mil atendimentos. Antes, houve um processo de triagem, que avaliou cerca de 60 mil alunos da região.

“Essa é uma ação fundamental para melhorar o rendimento dos estudantes em sala de aula e para melhorar a vida deles como um todo”, explica a coordenadora do Boa Visão na Secretaria Estadual de Saúde (SES), Mayra Ramos. Desde 2012, o programa já proporcionou mais de 87 mil consultas oftalmológicas e forneceu 49 mil lentes corretivas.

As consultas oftalmológicas do programa Boa Visão são bancadas com financiamento da SES e realizadas pela equipe da Fundação Altino Ventura. Nestas duas semanas, a FAV vai colocar 36 médicos e residentes a serviço do mutirão. Já os óculos são confeccionados na hora, e no mesmo local, pela ONG Onesight – todos voluntários de várias nacionalidades -, desde que as lentes sejam monofocais. As multifocais ou bifocais são produzidas pelo Lafepe.

“O programa impressiona pelo volume de atendimentos e pela capacidade de resolutividade. Ou seja, é um instrumento de inclusão social via Sistema Único de Saúde, que estamos levando em frente com a ajuda preciosa de nossos parceiros”, comemora a secretária executiva de Coordenação Geral da SES, Ana Cláudia Callou, que foi acompanhar de perto as ações.