O grupo de estudo médico-científico do qual o Hospital Dom Malan/Imip de Petrolina e mais 10 instituições de saúde do país fazem parte, junto com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), discutiu neste mês de agosto o tema Doença Hemolítica Perinatal, que ocorre quando há incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o feto. 

As reuniões do grupo acontecem mensalmente, via videoconferência, e sempre abordam temas relacionados à ginecologia e obstetrícia, com o objetivo de nivelar o conhecimento dos profissionais ligados ao setor e criar protocolos únicos de assistência em todo o país. 

Especificamente sobre o tema do mês, o especialista em medicina fetal do HDM, Marcelo Marques, alerta que é importante a população saber que, geralmente, ela ocorre quando a mãe é Rh negativo e o bebê Rh positivo, mas há outras causas que podem ser investigadas durante o pré-natal. 

Esse tipo de incompatibilidade materno-fetal pode ocasionar o desenvolvimento de anemia, entre outras consequências graves. “A melhor forma de reduzir os agravos causados pela doença é reconhecê-la precocemente, pois se a mãe se sensibilizar [formando memória imunológica] pode produzir anticorpos contra as células do sangue do bebê, provocando anemia no feto, podendo levar à morte. Mas, felizmente hoje existem formas efetivas de tratamento e prevenção”, informa. 

A boa notícia é que os tratamentos feitos nos centros mais avançados também são disponibilizados no Dom Malan. “Aqui nós já tivemos uns três casos, embora atualmente a Doença Hemolítica Perinatal não seja mais comum devido às vacinas e tratamentos profiláticos”, relata Marcelo. 

Como prevenção, todas as gestantes devem ser submetidas à classificação sanguínea no início do pré-natal. Em caso de sangue Rh negativo é solicitado o teste de Coombs, que avalia a sensibilização materna aos antígenos sanguíneos fetais. Este teste deve ser repetido após 28 semanas de gestação.

Em resultado positivo a gestante deve ser encaminhada ao pré-natal de alto risco. Em pacientes na primeira gestação e não sensibilizadas deve ser feita profilaxia com imunoglobulina para evitar que esta ocorra. Desta forma, a doença é evitada a em gestações subsequentes.