Nesta sexta-feira (29.09) é celebrado o Dia Mundial do Coração. As doenças do aparelho circulatório, em especial o infarto agudo do miocárdio, são uma das principais causas de morte no mundo e também lideram as estatísticas de óbitos no Brasil. Em Pernambuco, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde, anualmente, os problemas do aparelho circulatório são responsáveis por 29% das mortes no Estado, à frente das neoplasias (14%) e causas externas (13%). Já entre as doenças circulatórias, o infarto agudo do miocárdio é a que mais mata. São aproximadamente 5.500 mortes todos os anos. 

O Hospital Pelópidas Silveira (HPS), única unidade voltada exclusivamente para os casos de cardiologia e neurologia do SUS em Pernambuco, atende, todos os meses, mais de 250 pacientes na emergência com casos cardiológicos, que requerem cuidados especializados. Do total de pacientes cardiológicos, aproximadamente 50% dá entrada com Síndrome Coronariana Aguda (infarto e angina) e cerca de 70% necessita de internação hospitalar. 

O infarto agudo do miocárdio ocorre quando há diminuição ou ausência de circulação de sangue no coração, através de uma obstrução total ou parcial em uma artéria coronária, o que impede a circulação em uma área do músculo cardíaco, privando-o de oxigênio e nutrientes. Com essa interrupção da oferta de sangue, o coração sofre isquemia (falta de oxigênio), podendo levar o paciente à morte ou insuficiência cardíaca.

Além da hereditariedade, os principais fatores de risco para o infarto são a obesidade, sedentarismo, tabagismo, uso abusivo de álcool, altos níveis de colesterol, pressão alta e diabetes.  O Diretor Médico do Hospital Pelópidas Silveira, o cardiologista Carlos Japhet, alerta a população sobre os riscos da doença e a necessidade da adoção de hábitos de vida mais saudáveis. “A mortalidade do infarto, principalmente, nas primeiras horas após o evento, é muito significativa. E só nos mostra que a prevenção é sempre o melhor caminho. Nesse sentido, tirando os fatores hereditários, todos os outros são modificáveis e podem ser alterados, com mudança de hábitos. Atitudes, como parar de fumar, diminuir a ingestão de álcool, controlar a diabetes e a pressão, reduzir o índice de massa corporal - seja através da prática regular de atividade física e dieta balanceada ou, nos casos extremos, por meio de cirurgia bariátrica -, são atitudes essenciais para manter a saúde do coração e melhorar a qualidade de vida". 

Ainda segundo o diretor médico do Hospital Pelópidas Silveira, a prática regular de atividade física traz inúmeros benefícios para a saúde do coração e ajuda a prevenir as complicações cardíacas. “Além de ajudar a combater diversos fatores de risco para as doenças cardiovasculares, a rotina de exercícios físicos – principalmente os aeróbicos, como a caminhada, corrida, bicicleta e hidroginástica - ajuda a aliviar o estresse e a relaxar, pois estimula a liberação da endorfina pelo organismo. Também exige que o coração aumente o fluxo de sangue para todo o corpo e aumenta a capacidade respiratória. Dessa forma, também ajuda a controlar a pressão arterial e as taxas de gordura no sangue”, ressalta.

Japhet, no entanto, alerta que antes de iniciar uma rotina de atividades físicas, é importante procurar um cardiologista para descobrir eventuais problemas. “A orientação de um profissional é fundamental. Exames como o eletrocardiograma e o teste ergométrico são importantes antes de iniciar os exercícios”, pontua. 

SINTOMAS E TRATAMENTO - O principal sinal do infarto é a dor ou desconforto no peito que demora mais do que alguns minutos para ir embora. Essa sensação pode se irradiar para outros lugares do corpo, como ombros, pescoço, braços e estômago. Além disso, podem ocorrer tonturas, palidez, suor frio, náuseas, mal estar e falta de ar.

Quando as artérias estão seriamente bloqueadas, duas técnicas são utilizadas para que o coração volte a receber o sangue e o oxigênio necessários para continuar trabalhando: a angioplastia, um processo hemodinâmico, e a cirurgia cardíaca, em que vasos de outros lugares do corpo são usados para criar desvios ao redor das áreas de bloqueio nas artérias do coração.