Dois anos após encontros presenciais suspensos por causa da pandemia da Covid-19, o Hospital Agamenon Magalhães (HAM), referência estadual em otorrinolaringologia, volta a realizar programação para reunir pacientes e equipe do Programa de Implante Coclear do serviço. Acontece, nesta quinta-feira (03/11), das 8h às 12h, na Escola Ageu Magalhães, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, o XI Encontro de Pacientes com Implante Coclear. Além de marcar o reencontro do grupo, o evento chama a atenção para o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Surdez, celebrado no dia 10 de novembro.

Na programação, palestras sobre cuidados com o processador e boas práticas da reabilitação com a equipe de fonoaudiologia do Programa. Haverá, ainda, a apresentação cultural Reencontro, com Adriano Cabral, oficinas de circo, recreação infantil, aulas de pilates e produção de cabelo e maquiagem.

"A perda auditiva é uma questão de saúde pública e deve ser tratada com a relevância necessária. Além de reunirmos os pacientes e equipe envolvidos no Programa, o reencontro é um momento para orientar a população em geral sobre a saúde auditiva. É preciso ficar atento aos sinais de alerta, como dor de ouvido, zumbido e dificuldade no aprendizado escolar. A qualquer suspeita, procure um médico otorrinolaringologista. O otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo são os profissionais capacitados para o tratamento e reabilitação da perda auditiva", ressalta a otorrinolaringologista Mariana Leal, chefe do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Agamenon Magalhães e coordenadora do Programa de Implante Coclear. 

A CIRURGIA - A cirurgia para implante coclear realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Pernambuco é indicada para quem tem perda severa ou profunda da audição em ambos os ouvidos. Desde o início da implantação do serviço no HAM, em dezembro de 2009, 242 pacientes foram beneficiados pela cirurgia, sendo 133 crianças.

Em crianças que já nascem com a deficiência é importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes, de preferência até os quatro anos de idade, para otimizar o tratamento e a aquisição da fala.

"Na cirurgia, uma prótese é colocada dentro da cóclea (parte interna do ouvido); A outra, composta pela antena e o processador da fala, é presa ao redor da orelha. O aparelho capta os sons e transfere diretamente este som para o nervo auditivo, possibilitando que o paciente gradativamente comece a ouvir, permitindo uma comunicação eficiente. Após um mês da operação, o paciente começa a usar o aparelho externo, programado para que a estimulação elétrica realmente ocorra", explica a médica.

Os pacientes são acompanhados por uma equipe multidisciplinar composta por assistente social, psicólogo, psicopedagogo, neuropediatra, otorrinolaringologista e fonoaudiólogo. O grupo realiza o tratamento de reabilitação da audição e da fala no paciente com deficiência auditiva.